Ministra do Interior, Suella Braverman, chamou ambientalistas envolvidas em protesto de 'bandidas e vândalas'.
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O governo do Reino Unido apresentará nesta semana um projeto de lei que busca ampliar penas para ativistas que causem distúrbios à população. A informação é da própria ministra do Interior britânica, Suella Braverman, e segue uma série de protestos de defensores do meio ambiente no país.

A mais recente manifestação aconteceu na última sexta-feira (14), quando duas ativistas do grupo Just Stop Oil jogaram uma lata de sopa de tomate no quadro Girassóis, uma das principais obras do pintor holandês Vincent Van Gogh. O protesto aconteceu na National Gallery, em Londres, e buscava pressionar o governo britânico a decretar o fim do uso de combustíveis fósseis.

“Você está mais preocupado com a proteção de uma pintura ou com a proteção do nosso planeta?” gritou uma das mulheres na ocasião.

O tiro, porém, pode ter saído pela culatra. Isso porque, no sábado (15), Braverman assinou um artigo no jornal Daily Mail, acusando as ativistas de “bandidas e vândalas” que usam “táticas de guerrilhas”. “Quem vocês pensam que são?”, questionou. No texto, ela ainda anunciou que enviaria ao Parlamento um projeto de lei que dá mais poderes aos policiais para barrarem protestos que causem distúrbio à comunidade local.

Segundo Braverman, se aprovada, a nova legislação permitirá que agentes de segurança parem e revistem suspeitos de organizarem protestos como o de sexta. A mídia britânica informou que mais de 350 manifestantes da Just Stop Oil foram presos em outubro.

Também na última semana ativistas derramaram litros de leite no chão de vários importantes supermercados de Londres, como Harrods, Wholes Foods e Waitrose. Eles condenavam a indústria de laticínios e pediam às redes e aos clientes que estocassem apenas alimentos à base de plantas e bebidas.

No artigo, a ministra ainda citou o exemplo de ativistas que se colam –literalmente– em vias de trânsito para chamar a atenção de causas ambientais. “Um pequeno número de pessoas pode causar engarrafamentos”, disse Braverman, descrevendo as ações dos manifestantes que bloqueiam as vias como “monstruosamente egoístas”.

Alguns protestos do tipo, aliás, foram criticados por parte da população britânica. Na semana passada, por exemplo, um homem tentava levar sua esposa doente para o hospital, enquanto cerca de 30 ativistas bloqueavam uma importante via de Londres. O mesmo aconteceu quando uma mulher levava seu filho deficiente para a escola.

Ainda no sábado, Braverman publicou uma série de tuítes condenando tais protestos e argumentando que as manifestações não promovem as causas dos ativistas e nem influenciam o debate público. “Seus comportamentos disruptivos impedem que pessoas decentes continuem suas vidas diárias”, escreveu.

De acordo com a ministra, apenas duas operações policiais para lidar com protestos da Extinction Rebellion, importante organização ambiental, custaram aos cofres britânicos 37 milhões de libras (R$ 221 milhões), o dobro do que seria destinado anualmente à força tarefa para combater crimes violentos. Paralelamente, ela apontou que manifestações do tipo já causaram a perda de 146 milhões de libras em um projeto de infraestrutura do Reino Unido –Braverman não detalhou os valores.

É incerto, porém, o apoio popular do projeto de lei. Em março do ano passado, por exemplo, milhares de pessoas protestaram em Bristol contra uma legislação que permitiria o governo a impor horários de início e término das manifestações e estabelecer limites de ruídos nos eventos. Se as normas não fossem cumpridas, os organizadores do protesto poderiam ser multados em até 2.500 libras (quase R$ 15 mil).

Os críticos do novo projeto de lei dizem que ele não tem lugar em uma sociedade democrática. Mais de 50.000 pessoas assinaram uma petição pedindo que ela seja retirada, segundo o jornal The Washington Post.

Apesar dos protestos, o projeto foi aprovado neste ano. No artigo de sábado, porém, Braverman escreveu que a legislação não foi suficiente.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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