O produtor de leite Eduardo Groenwold, de Castro (PR) está determinado a ampliar a produção diária de 4.700 litros de leite para 10.000 litros.
Para isso, ele tem adotado algumas estratégias na sua propriedade de médio porte, a Chácara Drentina. A principal delas foi investir em um sistema de Free Stall – instalação utilizada para confinamento de vacas leiteiras. Além disso, a dedicação à atividade é total: “estou aqui todo dia, quase 24 horas por dia. É um trabalho árduo”.
A estratégia adotada por Groenwold chamou a atenção de um grupo de visitantes que conheceu a propriedade nesta quarta-feira (7/8). A chácara integra a Rota do Leite, atividade desenvolvida durante a Agroleite, feira realizada pela Cooperativa Castrolanda de 6 a 9 de agosto, em Castro (PR).
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Propriedades que são referência em tecnologia e em alta produtividade na pecuária leiteira foram selecionadas pela organização do evento para fazer parte da rota.
Durante a visita na Chácara Drentina, Groenwold explicou ao grupo atento de participantes que o Compost Barn é o modelo de confinamento das vacas leiteiras adotado na propriedade desde o início das atividades, há oito anos. “Começamos a ter problema com superlotação de vacas, com o compost, porque o barracão é para 100 animais”, ressaltou.
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Com projeto desenvolvido por ele próprio – depois de visitar propriedades que já contam com o modelo – e levado até uma empresa especializada, implantou a instalação necessária para o Free Stall. “Começamos a trabalhar há uma semana com o novo sistema”, apontou.
O excesso de lotação e os projetos de ampliação foram cruciais para a decisão de implantar o Free Stall juntamente com o Compost Barn: “estamos com 120 vacas da raça Holandesa hoje. A meta é formar um rebanho com um total entre 250 a 300 cabeças e alcançar uma produção de 10 mil litros de leite por dia”, revelou.
A instalação do novo sistema foi construída ao lado do barracão do sistema antigo. Ambos têm o mesmo tamanho, mas a capacidade do Free Stall é de 180 cabeças. Os animais estão circulando pelas duas modalidades de confinamento, que devem ser mantidas em operação. Como a estratégia ainda está no período inicial, Eduardo considerou cedo para avaliar resultados ou falar sobre a adaptação dos animais.
Sobre o funcionamento da propriedade, o produtor acrescentou que são realizadas duas ordenhas por dia, com média de 39.9 litros de leite por vaca. O sistema de ordenha é mecanizado com extração automática. A alimentação do gado leiteiro é produzida na chácara. Num total de 80 hectares de área de lavoura, são cultivados azevém e 50 hectares são destinados para silagem de milho, em sistema de rotatividade com a soja.
Compost Barn e Free Stall
Entre as principais características do Compost Barn está a implantação de um galpão ventilado e aberto internamente, sem repartições. O local possui uma área de descanso comum para as vacas, que são as camas de palha, serragem ou outro material. É feito o revolvimento diário no espaço, para a fermentação da matéria orgânica gerada pela mistura do material da cama (fonte de carbono) e do material orgânico da urina e fezes dos animais (rico em nitrogênio). A ventilação e o revolvimento garantem o bom funcionamento do sistema.
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Outra realidade
O produtor de leite Samuel Macedo de Oliveira veio de Unaí (MG) para participar da feira. Ele foi um dos visitantes na Chácara Drentina e considerou muito válida a experiência. “É muito diferente da nossa realidade, não temos uma produção tão intensiva como a deles”, comentou.
Oliveira cria gado Girolando com média de 20 litros de produção por animal. Com 150 vacas em lactação atualmente, totaliza uma média de 3.000 litros por dia. Para ele, a verticalização da produção é o principal aprendizado da visita: “nossa produção é muito horizontal, isso é o que a gente tem que levar para nossa realidade lá em Minas”. Também acompanharam a atividade outros participantes de Minas Gerais e também do Paraná e da Argentina.