ESPMEXENGBRAIND
27 out 2025
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27 out 2025
🥛 Argentina e Uruguai reagem no comércio exterior de lácteos, equilibrando volume e valor em um cenário global ainda desafiador.
📊 Exportações argentinas sobem 15% e uruguaias 16,8% — o Cone Sul respira.
📊 Exportações argentinas sobem 15% e uruguaias 16,8% — o Cone Sul respira.

As exportações de lácteos do Mercosul voltaram a subir no final do terceiro trimestre de 2025.

Segundo o relatório da South Dairy Trade, a Argentina registrou um aumento de 15,4% no volume exportado entre 16 e 31 de agosto, enquanto o Uruguai avançou 16,8% na segunda quinzena de setembro.

Ambas as nações conseguiram manter preços médios próximos a US$ 4.000 por tonelada, um sinal de recuperação gradual após meses de volatilidade nos mercados globais de lácteos.

Essa reativação, porém, não elimina os desafios: os dois países enfrentam custos internos crescentes, pressões cambiais e demanda internacional seletiva.

Ainda assim, o desempenho positivo reforça o papel da região como fornecedora de referência para o Brasil, especialmente em leite em pó integral, queijos semiduros e manteiga — produtos estratégicos para equilibrar o abastecimento nacional.

South Dairy Trade ARGENTINA:

Mercado Lácteo Argentino – Segunda Quinzena de Agosto de 2025

Na segunda metade de agosto, o comércio exterior de lácteos da Argentina apresentou um desempenho mais dinâmico em volume e valor, consolidando uma tendência de recuperação que vinha se desenhando desde meados do mês.

Durante o período de 16 a 31 de agosto, as exportações totalizaram 19.661 toneladas, representando um aumento de 15,4% em relação à primeira quinzena (17.039,55 toneladas). Além disso, o preço médio FOB subiu 2%, alcançando U$S 4.036 por tonelada, frente aos U$S 3.959 da quinzena anterior. Essa alta nos valores evidencia uma melhoria na composição do mix exportador, com maior participação de produtos de maior valor agregado ou destinos com melhores cotações. Quanto à diversificação de mercados, o número total de destinos reduziu-se levemente de 32 para 31.

Análise Mensal:

Ao longo de agosto de 2025, a Argentina exportou um total de 36.700 toneladas, com preço médio próximo a U$S 4.000 por tonelada, consolidando um mês de forte atividade exportadora e melhoria gradual de preços em relação a julho. A combinação de maior volume e leve recuperação nos valores internacionais permite antecipar um fechamento de trimestre mais equilibrado para o setor, embora persistam desafios relacionados aos custos internos e à competitividade cambial.

Leite em Pó Integral:

  • Preço: U$S 4.000,77
  • Variação: ↓ 3,79%
  • Toneladas Exportadas: 8.258,83

Leite em Pó Desnatado:

  • Preço: U$S 3.298,38
  • Variação: ↓ 3,25%
  • Toneladas Exportadas: 1.813,03

Queijo Semiduro:

  • Preço: U$S 4.527,32
  • Variação: ↓ 1,49%
  • Toneladas Exportadas: 4.897,07

Queijo Duro:

  • Preço: U$S 6.542,34
  • Variação: ↑ 1,07%
  • Toneladas Exportadas: 822,09

Manteiga:

  • Preço: U$S 6.666,42
  • Variação: ↑ 7,83%
  • Toneladas Exportadas: 1.140,28

Buttermilk:

  • Variação: Não foram registradas exportações

Soro Permeado:

  • Preço: U$S 611,52
  • Variação: ↓ 0,77%
  • Toneladas Exportadas: 805,60

Soro Parcialmente Desmineralizado (D40%):

  • Preço: U$S 1.118,54
  • Variação: ↓ 7,94%
  • Toneladas Exportadas: 904,00

Concentrado de Proteína de Soro em Pó 35% (WPC 35%):

  • Preço: U$S 2.832,74
  • Variação: ↓ 1,54%
  • Toneladas Exportadas: 835,77

Concentrado de Proteína de Soro em Pó 80% (WPC 80%):

  • Preço: U$S 7.105,17
  • Variação: ↑ 2,03%
  • Toneladas Exportadas: 184,32

South Dairy Trade URUGUAY:

Mercado Lácteo Uruguaio – Segunda Quinzena de Setembro de 2025

Na segunda metade de setembro, as exportações de lácteos do Uruguai registraram melhorias tanto em volume quanto em valor médio, consolidando uma tendência de leve recuperação após um início de mês mais moderado.

Durante o período de 16 a 30 de setembro, foram exportadas 11.406 toneladas, representando um aumento de 16,8% em relação à primeira quinzena (9.763 toneladas). O preço médio FOB também apresentou uma leve alta de 0,28%, atingindo U$S 3.999 por tonelada em comparação com os U$S 3.988 anteriores. Esse desempenho indica estabilidade de preços no mercado internacional e uma reativação da demanda, especialmente para produtos de maior rotatividade.

Por outro lado, o número de destinos reduziu-se de 37 para 31, sugerindo uma maior concentração de vendas nos principais mercados compradores, possivelmente priorizando volumes maiores para destinos estratégicos.

Análise Mensal:

Ao longo de setembro de 2025, o Uruguai exportou aproximadamente 21.170 toneladas de lácteos, com preço médio próximo a U$S 3.995 por tonelada, consolidando um mês estável em preços e com crescimento em volume em relação a agosto. Essa combinação reflete um mercado externo firme, porém seletivo, onde as indústrias uruguaias conseguiram manter valores competitivos apesar da cautela da demanda global e da pressão de custos internos.

Leite em Pó Integral:

  • Preço: U$S 3.971,15
  • Variação: ↓ 0,50%
  • Toneladas Exportadas: 9.973,11

Leite em Pó Desnatado:

  • Preço: U$S 3.500,25
  • Variação: ↑ 4,53%
  • Toneladas Exportadas: 333,93

Queijo Semiduro:

  • Preço: U$S 4.829,54
  • Variação: ↑ 0,99%
  • Toneladas Exportadas: 152,60

Queijo Duro:

  • Preço: U$S 6.826,66
  • Variação: ↓ 2,32%
  • Toneladas Exportadas: 88,20

Manteiga:

  • Preço: U$S 6.742,58
  • Variação: ↓ 2,16%
  • Toneladas Exportadas: 438,85

Buttermilk:

  • Variação: Não foram registradas exportações neste período

Soro Parcialmente Desmineralizado (D40%):

  • Preço: U$S 1.310,39
  • Variação: ↑ 6,78%
  • Toneladas Exportadas: 419,75

🧭 Foco no mercado brasileiro

Para o Brasil, esse novo cenário acende um alerta e uma oportunidade.

De um lado, os vizinhos do Sul mostram que, mesmo com volatilidade, é possível crescer exportando com inteligência logística e diversificação de destinos.

De outro, o mercado brasileiro, fortemente dependente de importações em períodos de baixa oferta, precisa avaliar até que ponto os preços de referência do Cone Sul impactarão os contratos e margens locais nos próximos meses.

A disputa por competitividade está lançada: enquanto Argentina e Uruguai se reposicionam no tabuleiro global, o Brasil precisa decidir se seguirá como comprador estratégico ou se buscará fortalecer sua produção doméstica com maior eficiência industrial.

Valéria Hamann

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