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5 maio 2025
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Nem o fim das retenções foi suficiente: setor lácteo argentino perde espaço no mercado externo e acende sinal vermelho pela baixa competitividade.
Desde o final do governo de Alberto Fernández, o setor lácteo não paga mais impostos de exportação para colocar seus produtos no mercado internacional.

De acordo com os dados divulgados pelo OCLA, em março as exportações de lácteos da Argentina caíram 16,5% em volume e 17,1% em faturamento, aprofundando a retração registrada no primeiro trimestre do ano, que já apresentava uma queda de 8,5% na quantidade embarcada e de 7,6% em dólares.

A queda de março ocorre apesar de que “o preço médio de exportação obtido em março de 2025, medido em pesos, foi 25,7% superior ao preço médio registrado em março de 2024.

Como referência, no mesmo período, o IPC Lácteos cresceu 43,3%, o IPIM Lácteos 49,5%, e o preço SIGLeA 36,6%, mostrando claramente que o setor exportador foi o que teve menor variação, devido à forte queda, em moeda constante, do tipo de câmbio”, segundo análise do Observatório.

Em 2024, o setor lácteo argentino foi beneficiado por um valor do dólar que permitia competir no mercado global e obter lucro com as exportações. No entanto, essa vantagem foi se perdendo a partir da metade do ano.

Desde o final do governo de Alberto Fernández, o setor lácteo não paga mais impostos de exportação para colocar seus produtos no mercado internacional.

Com a desvalorização do peso no início da gestão de Javier Milei, as exportações atingiram níveis elevados, chegando a representar, em fevereiro, 34% da oferta total de leite.

Com o passar dos meses, a inflação — sempre superior à desvalorização — foi corroendo essa competitividade. Assim como ocorreu em outros setores do agro, como a carne bovina, os produtos lácteos perderam espaço no mercado externo.

A isso se soma a dificuldade para vender no mercado interno. Na Argentina, apesar das declarações do governo sobre redução da carga tributária, a inflação continua alta e os salários seguem perdendo poder de compra.

“O setor precisa destinar entre 70% e 80% da produção ao mercado interno, onde o poder aquisitivo está bastante deteriorado pelo processo inflacionário, o que gerou uma queda de mais de 19% no consumo doméstico total nos três primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2024”, alertou o OCLA.

*Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷

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