Algo tão simples e cotidiano como passar manteiga em uma torrada no café da manhã ou no lanche da tarde pode ser um problema na Argentina, onde esse produto lácteo é o mais caro do mundo, ainda mais do que em países com menor produção de leite e renda quatro vezes maior do que a média dos argentinos.
Um novo relatório da consultoria Javier Miglino & Asociados comparou o preço internacional de um dos produtos de consumo mais difundidos em todo o mundo, para o qual foram pesquisadas 1.400 lojas no país, incluindo hipermercados (Carrefour, Coto, La Anónima, WalMart, Disco, Vea, Jumbo, Casino, Cáceres), supermercados chineses e lojas de bairro em 15 províncias.
Para a comparação, considerou-se a manteiga em suas embalagens de 100 e 200 gramas e determinou-se que o valor médio para a embalagem pequena era de US$ 1.800 e para a grande de US$ 3.100, levando em conta as quatro marcas que concentram 99% do mercado argentino, ou seja, La Serenísima (66%), Sancor (26%), La Armonía (6%), Vaccalin e outras (2%).
“Tomando o dólar oficial de US$ 881, temos que um pacote de 100 gramas custa US$ 2,05 e 200 gramas US$ 3,52; muito longe dos US$ 2,15 e 1,10 na França; US$ 2,10 e 1,05 na Espanha; US$ 2,20 e 1,20 nos Estados Unidos e até mesmo US$ 2,80 e 1,40 no Japão e US$ 2,70 e 1,35 em Mônaco”, disse o relatório.
“A guerra entre supermercados e pessoas está de boa saúde, desta vez com a manteiga. Para se ter uma ideia, o pacote de 200g de manteiga consumido pela maioria dos franceses, no país que mais consome manteiga no mundo, custa US$ 2,15 em seu principal supermercado, que tem uma forte presença na Argentina. Muito diferente dos US$ 3,52 na Argentina”, destacou Javier Miglino.
De acordo com o advogado, “as empresas na Argentina vendem o produto mais caro do mundo, com valores que nos surpreendem, como os da manteiga La Serenísima ($ 3.100), que equivale a 3,52 dólares, exatamente o dobro do que custa no México”.
Com 4 quilos por habitante por ano, a Argentina está em terceiro lugar no ranking dos 6 países que mais consomem manteiga, abaixo da França (10 quilos por habitante) e da Alemanha (8 quilos) e acima da Holanda (3 quilos) e da Bélgica (2,8 quilos).
De acordo com o ranking elaborado pela consultoria, a manteiga argentina é a número um em termos de preço, atingindo um valor de $ 3.100/US$ 3,52 para um pacote de 200 gramas e $ 1.800/US$ 2,05 para um pacote de 100 gramas (dólar oficial $881 de acordo com a cotação de 31 de maio de 2024).
Eles são seguidos por: Japão 200 gramas (US 2,80) e 100 gramas (US 1,40); Mônaco US 2,70 e US1,35, respectivamente; Itália US 2,40/US 1,25; Estados Unidos US 2,20/US 1,20; França US 2,15/US 1,10; Espanha US 2,10/US 1,05; Brasil US 2,00/US 1,10 e México US 1,70/US 0,90.
“Em todos os casos, pegamos um tipo de manteiga com um valor médio entre a mais cara e a mais barata em 15 províncias da Argentina e nas mesmas lojas que são auditadas pelo Instituto Nacional de Estatística e Censo (INDEC)”, esclareceu a entidade. “Mais uma vez temos o valor do produto mais caro do mundo, neste caso a manteiga, que custa mais em Neuquén, Misiones, Buenos Aires ou Córdoba do que em Madri, Paris, Nova York, Tóquio ou mesmo Mônaco”, disse.
“Como sempre, recomendamos comprar a coisa certa porque estamos simplesmente sendo cobrados a mais”, aconselhou Miglino.