As exportações de lácteos do mês de janeiro caíram 19% em volume (toneladas de produtos), mas permaneceram praticamente inalteradas em termos de receita em milhões de dólares (-0,6%), em função do nível dos preços internacionais.

As exportações de lácteos do mês de janeiro caíram 19% em volume (toneladas de produtos), mas permaneceram praticamente inalteradas em termos de receita em milhões de dólares (-0,6%), em função do nível dos preços internacionais.

Segundo dados oficiais do INDEC, em janeiro foram embarcadas 36.378 toneladas de produtos, resultando em um total de 136,1 milhões de dólares. De acordo com a análise do Observatório da Cadeia Láctea da Argentina (OCLA), foram processados 270 milhões de litros equivalentes para o mercado externo.

 

No entanto, o que cresceu sensivelmente em relação à média de 2021 é o percentual que esse volume representa no total da produção nacional de leite. De acordo com esse número, era de 29,2% em janeiro e, considerando os dados preliminares do primeiro bimestre, continua aumentando para 29,6% do total.

 

A análise

De acordo com os números finais das exportações até janeiro de 2022 com dados da Direção Nacional de Laticínios, esses 29,2% destinados ao mercado externo (superior à média de 24-5% média anual) podem ser explicados pela sazonalidade da produção primária (pico baixo) e o mercado interno fraco, resultado do fenômeno inflacionário.

Além disso, há também um fator de contexto que tem a ver com os impedimentos que existem atualmente para alcançar a logística em tempo hábil, como resultado da baixa disponibilidade global de contêineres, que estão gerando estoques e postergando embarques, que são enviados com atraso.

Os dados das exportações de lácteos acumulados até o mês de fevereiro de 2022, segundo dados provisórios do INDEC, indicam que nos dois primeiros meses seriam 70.700 toneladas no valor de 256 milhões de dólares.

Desse total exportado até agora, 49,8% foram leite em pó, 18,6% queijo em seus diferentes formatos e 20% doce de leite, manteiga, óleo de manteiga e soro de leite. Ressalta-se que os 11% restantes correspondem à categoria “confidencial”, que supostamente são os itens lactose, caseína e iogurte, que não estão detalhados nas informações oficiais abrangidas pela “Lei do Sigilo Estatístico” para as empresas fornecedoras.
Variações

A OCLA considera que a variação entre os meses das exportações foi de -5,5% em volume e -11,5% em valor (fev/22 vs. jan/22); e a variação interanual foi de +27,2% em volume e +43,8% em valor (fev/22 vs fev/21).

Como pode ser visto no gráfico abaixo, “as exportações no início de 2022 são consideravelmente inferiores às de 2021, mas cabe esclarecer que as exportações em janeiro de 2021 foram muito altas, pois acumularam exportações não realizadas para o Brasil em dezembro de 2020, quando havia dificuldades de entrada devido a questões burocráticas no país de destino. E em fevereiro há uma situação inversa, exportações normais em fevereiro de 2022 em comparação com as baixas exportações em fevereiro de 2021 devido aos altos volumes do mês anterior.”

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Entretanto, “as exportações de janeiro e fevereiro de 2022 têm sido feitas maioritariamente com mercadorias que estavam em estoque devido à sua acumulação por causa das dificuldades ocorridas durante 2021 (principalmente baixa disponibilidade de contêineres em particular e de logística em geral)”.

Em litros equivalentes de leite, as exportações representaram nos dois primeiros meses de 2022, 29,6% da produção total, “embora com uma participação muito elevada em valores históricos, foram inferiores às do ano anterior que participaram em 31,0%, em virtude do que foi mencionado acima”, analisa a OCLA.

O preço argentino

Ainda distante da referência mundial que a Fonterra vem estabelecendo por meio do Global Dairy Trade (GDT), “o preço médio de exportação negociado por tonelada foi de US$ 3.626 para o bimestre, o que implica um aumento de 18,2% em relação aos primeiros dois meses de 2021. Como se vê, longe dos US$ 4.600/t que os mercados europeu e asiático estão pagando pelo leite da Oceania.

No entanto, “no caso particular da categoria Leite em Pó, o preço médio foi de US$ 3.495/tn, 15,9% acima do mesmo período do ano anterior”, o que é um valor mais do que atrativo para continuar aproveitando na medida do possível, tendo em conta o desequilíbrio existente com a demanda interna.
Destinos

Segundo dados do DNL, o destino das exportações para este primeiro bimestre foi o seguinte: 33% para a Argélia, 18% para a Rússia, 15% para o Brasil, 5% para o Chile, 4% para os EUA, 4% para a China e os restantes 21% para outros mais de 10 destinos.

Vale ressaltar um fato que não é menor em relação à Rússia, segundo ou terceiro mercado mais importante (dependendo do produto) para o nosso país: esses números ainda não incluem os dados de março, onde os embarques foram reduzidos a zero, como consequência do confronto militar com a Ucrânia e dos bloqueios comerciais que estão ocorrendo na zona de conflito. Conforme confirmado pelo Centro da Indústria Leiteira, “no momento, nenhuma empresa exportadora argentina está enviando seus produtos para a Rússia”.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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