Vacas leiteiras podem ter a morte decretada a partir de fatores que envolvem desde baixa produtividade até condição ginecológica ou dos úberes

Vacas leiteiras podem ter a morte decretada a partir de fatores que envolvem desde baixa produtividade até condição ginecológica ou dos úberes

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Há casos em que vacas jovens “são descartadas” por falharem no processo reprodutivo (Foto: Jo-Anne McArthur/We Animals)

O consumidor de leite costuma ter uma ideia romantizada da produção leiteira, e imagina uma vaca gerando leite para consumo humano de acordo com sua vontade. No entanto, a realidade não é bem assim. Vacas utilizadas na produção de leite também terminam no matadouro, e podem ter a morte decretada a partir de fatores que envolvem desde baixa produtividade até condição ginecológica ou dos úberes.

São esses fatores que motivam o abate de até 30% das vacas leiteiras no Brasil a cada ano. Se uma vaca não for abatida neste ano pode ser que seja no ano que vem. Afinal, o último destino delas também é a indústria da carne. Além disso, esse percentual de “descarte” de vacas leiteiras no país, seguido por reposição do rebanho, é uma recomendação da Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para quem visa “manter a produtividade em uma propriedade de gado leiteiro”.

Entre os critérios para o abate desses animais, segundo a Embrapa, estão a idade do animal, queda da fertilidade, falha reprodutiva, temperamento, qualidade dos úberes e condição ginecológica e dos pés. “A produtividade das vacas e a maior incidência de doenças podem ser motivos suficientes para o descarte do animal, os problemas de casco, de aprumo, de ligamentos do úbere, são grandes influenciadores de descarte”, assinala o médico veterinário Wadson Costa, da empresa de nutrição animal Nutroeste.

Há casos em que vacas jovens “são descartadas” por falharem no processo reprodutivo. “Quanto antes for feito o diagnóstico da gestão, mais rapidamente pode ser realizado o descarte, evitando-se que o animal fique mais tempo na propriedade ou, caso a intenção seja fazer o confinamento para que o animal ganhe peso antes de ser vendido ao frigorífico, isso pode ser feito o quanto antes”, informa a Embrapa.

Já o site Educapoint sustenta que “o abate adequado das vacas reduzirá a chance de que uma carcaça seja condenada no frigorífico e se torne um dreno de dinheiro para a indústria de carne bovina.”

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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