Acumulando alta de 56% nos custos ao longo dos últimos três anos e com margens apertadas, a produção no campo caiu quase 10% nos primeiros três meses de 2022. O preço do leite pago ao produtor mineiro registrou alta de 25,5% no primeiro semestre e mantém a tendência de elevação.
O resultado da menor oferta tem sido uma maior disputa pela matéria-prima por parte das indústrias, o que também já eleva os custos. Além disso, o setor industrial enfrenta alta em diversos insumos, desde embalagens, energia elétrica até os combustíveis. Com isso, nos últimos 12 meses, encerrados em junho, o setor registrou alta de 30% a 35% nos custos e vem trabalhando com margem apertada e até negativa dependendo do produto.
O resultado do aumento exagerado dos custos e da menor oferta de leite é o encarecimento do produto nos supermercados. De acordo com a pesquisa
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), somente em Belo Horizonte, no acumulado do ano até junho, o valor do leite pasteurizado já subiu 38,57%.
O setor supermercadista atribui a elevação dos preços aos custos de toda a cadeia e ao período de entressafra.