O mês de janeiro encerrou e um recuo foi observado no saldo da balança comercial de lácteos.
Com uma diminuição de 8,6 milhões de litros, o saldo do último mês ficou em -197,6 milhões de litros em equivalente-leite. As importações seguiram elevadas, registrando um aumento em relação a dezembro.
As exportações de lácteos somaram 4,73 milhões de litros em equivalente-leite, apresentando uma leve redução de 1,3% em relação a dezembro e uma queda mais expressiva de 39,7% quando comparada a janeiro de 2024, como pode ser observado no gráfico abaixo.
Entre os principais produtos exportados, o soro de leite teve um aumento significativo de 93%, totalizando 1.197 toneladas. Os cremes de leite também cresceram 22%, atingindo 626 toneladas. Enquanto por outro lado, o leite condensado registrou uma retração de 28%.
O maior destaque nas exportações ficou para a categoria de “outros produtos lácteos”, que teve um crescimento expressivo em relação a dezembro de 2024 e atingiu o maior volume exportado da categoria desde 2023.
Para as categorias com maior participação nas importações, o destaque ficou para o leite em pó integral, com 14 mil toneladas importadas, o maior volume registrado nos últimos seis meses. Já os queijos tiveram um avanço de 18%, atingindo 4,8 mil toneladas importadas no último mês.
As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de janeiro de 2025 e dezembro de 2024.
![Balança comercial de lácteos: importações iniciam 2025 com avanço 17 HvHi7dABF0414](https://br.edairynews.com/wp-content/uploads/2025/02/HvHi7dABF0414.png)
O que podemos esperar para os próximos meses?
Desde o início de 2025, um dos principais balizadores dos preços internacionais de lácteos, o leilão GDT, vem sinalizando alta nos preços negociados internacionalmente para os principais derivados.
Nas últimas semanas foi possível observar um reflexo dessas altas nos preços praticados pelo Mercosul, que apresentaram pequenos reajustes positivos em seus preços médios.
No entanto, é preciso levar em consideração a atual taxa de câmbio. Também nas últimas semanas o dólar vem apresentando ajustes negativos. Nesse cenário, apesar das altas nos preços médios do Mercosul, o custo de aquisição dos derivados importados ganhou mais competitividade em nosso mercado, muito por conta da menor taxa de câmbio.
Ao levar em consideração apenas esses fatores, poderíamos pensar que para os próximos meses teríamos um aumento das importações.
Porém, vale ressaltar que, apesar das expectativas serem de patamares que podem ser considerados ainda elevados para as importações brasileiras, esse volume importado deve diminuir. Isso porque os principais fornecedores de lácteos do Brasil entrarão em seu principal período sazonal de menor produção de leite, limitando a sua disponibilidade para as exportações.
O Brasil também deve apresentar um recuo em sua produção de forma sazonal nos próximos meses, porém, devido a um cenário mais favorável para o produtor de leite no último semestre, a produção brasileira deve apresentar um patamar mais elevado em comparação com o mesmo período de 2024, o que diminui também suas necessidades pelas importações.
Nesse cenário, será importante acompanharmos como se comportará a demanda brasileira e a taxa de câmbio, que terão forte influência. (Milkpoint)