As importações de leite e derivados foram um dos principais elementos considerados no balanço divulgado pela Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) sobre o desempenho do setor em 2025.
O relatório, apresentado pelo presidente da entidade, Marcos Tang, reúne avaliações sobre remuneração, produção local, fluxo comercial e perspectivas organizacionais para 2026, com base em informações levantadas ao longo do ano.
Segundo Tang, o período foi caracterizado por uma combinação de baixa receita ao produtor e elevação da oferta interna, fatores que, na análise da Gadolando, influenciaram as condições de mercado observadas no Estado. A entidade afirma que o preço pago pelo litro de leite permaneceu abaixo do necessário para cobrir custos da atividade, o que, ainda conforme o balanço, reduziu a capacidade de investimento de propriedades de porte diverso.
O presidente da associação destaca que, no levantamento conduzido pela Gadolando, observou-se um aumento da produção local em 2025, acompanhado pelo avanço das importações de leite e derivados no segundo semestre. Ele informa que este movimento foi registrado principalmente após agosto, compondo parte do cenário analisado pela diretoria. O relatório aponta que a soma desses elementos orientou o diagnóstico divulgado nesta etapa final do ano.
De acordo com Tang, a entidade pretende defender, em articulações institucionais realizadas em conjunto com o setor produtivo, medidas relacionadas à regulamentação de entrada de produtos lácteos.
A Gadolando menciona que temas como regras antidumping, critérios de competitividade e acompanhamento de mercado constam na pauta discutida com outras organizações, entre elas a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A associação indica que essas discussões têm como objetivo estruturar posicionamentos técnicos a serem apresentados em 2026.
O relatório também registra que a Gadolando pretende ampliar ações voltadas ao consumo de lácteos, com campanhas de esclarecimento sobre características nutricionais e utilização de produtos. Segundo a entidade, atividades voltadas a consumidores, indústria e varejo fazem parte das propostas para o próximo ano, dentro de uma agenda que busca integrar diferentes segmentos da cadeia.
Tang afirma ainda que a Gadolando considera a abertura de novos mercados externos um ponto estratégico. A entidade sustenta que o Brasil possui condições de ampliar sua presença internacional, desde que sejam estabelecidos parâmetros comerciais e sanitários para exportação de leite e derivados. No balanço, a associação informa que trabalha na identificação de oportunidades de mercado e na participação em eventos técnicos voltados à qualificação da produção.
Para 2026, a Gadolando projeta a continuidade de programas de registro genealógico, controle leiteiro e classificação morfológica de animais.
Conforme o relatório, essas iniciativas seguem entre as prioridades da instituição, com foco em padronização, melhoramento genético e acompanhamento técnico das propriedades. Tang observa que os resultados de atividades desenvolvidas pelos produtores ao longo de 2025 demonstram evolução em aspectos de manejo e desempenho produtivo.
A entidade destaca que, mesmo em um contexto avaliado como desafiador, os criadores mantiveram adesão aos programas oficiais e ampliaram indicadores de qualidade genética. Nos eventos de fim de ano promovidos pela associação, a diretoria registrou avanços em características morfológicas e produtivas de rebanhos participantes, dados que integram o relatório anual.
No encerramento do balanço, Tang afirma que a associação seguirá monitorando indicadores de oferta, demanda, preços ao produtor e movimentação comercial, incluindo o comportamento das importações e sua participação no mercado. Segundo ele, esses elementos continuarão orientando documentos técnicos e posicionamentos da entidade ao longo de 2026.
O relatório finalizado pela Gadolando consolida dados coletados durante o ano e sistematiza observações de campo, avaliações de produtores e informações compartilhadas em reuniões internas. A entidade afirma que irá apresentar novas atualizações conforme a evolução do mercado e a definição de políticas setoriais.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Compre Rural






