Com 11 laticínios em operação, a região do Bico do Papagaio, no extremo norte do Tocantins, ganha destaque como um dos territórios mais promissores para a produção de leite e derivados no Brasil.
A avaliação é do vice-governador Laurez Moreira, que visitou na última sexta-feira (25) o Laticínio Lidernorte, localizado em Araguatins.
A visita teve como foco conhecer a estrutura da unidade e os resultados obtidos nos últimos anos. O Lidernorte atua na região desde 2017 e, atualmente, processa entre 90 e 100 mil litros de leite por dia.
A produção diária resulta em 50 a 60 mil litros de derivados, como queijos e outros produtos, além de gerar mais de 50 empregos diretos e dezenas de indiretos.
Fortalecimento da agricultura familiar
Um dos diferenciais da operação do Lidernorte é a forte integração com a agricultura familiar. Cerca de 600 a 800 produtores rurais abastecem o laticínio diariamente, criando uma rede de impacto positivo para as pequenas propriedades da região.
“Isso fortalece muito a base da nossa produção, dando sustentabilidade e renda para centenas de famílias”, afirmou Thomas Amado, proprietário do laticínio.
O empresário destacou ainda a importância do apoio institucional para a continuidade e expansão da atividade. “A presença do vice-governador aqui foi extremamente positiva.
É fundamental que o governo conheça de perto a realidade da indústria e as dificuldades que enfrentamos no dia a dia”, disse Thomas.
Potencial produtivo e comparação internacional
A vocação leiteira da região é clara: clima, pastagens naturais e um perfil de pequenos produtores com tradição na pecuária leiteira.
Segundo Laurez Moreira, o Bico do Papagaio reúne todas as condições para seguir exemplos internacionais de sucesso, como o modelo da Nova Zelândia — país reconhecido mundialmente por sua eficiência na produção e exportação de lácteos.
“No Bico do Papagaio, temos vocação e temos quem produz. O que falta é uma política pública que incentive o setor de forma estruturada, com foco na melhoria genética, manejo de pastagens, capacitação dos produtores e apoio à industrialização”, destacou Moreira.
Ele defendeu o fortalecimento da cadeia produtiva com suporte técnico por meio de instituições como o Senar, o Ruraltins, o Senai e a Federação das Indústrias do Estado.
Industrialização como vetor de desenvolvimento
O vice-governador também reforçou que a industrialização do leite é essencial para transformar a economia local. “Não é só quem trabalha na fábrica que se beneficia.
Toda a cadeia é impactada: do tirador de leite ao vendedor de ração, passando pelo criador, o técnico agrícola, o transportador. É uma engrenagem que precisa estar bem ajustada para girar com força”, afirmou.
Além dos benefícios diretos da cadeia do leite, há também aproveitamento de subprodutos, como o soro, que pode ser usado na alimentação de suínos — setor que vem crescendo e se consolidando como complementar à bovinocultura na região.
Perspectivas de crescimento
Com a demanda crescente por alimentos de qualidade e rastreabilidade, os planos do Laticínio Lidernorte incluem lançar novos produtos, ampliar o mercado e aumentar o volume de leite captado.
O objetivo é atender tanto o mercado regional quanto outros estados, consolidando a marca como referência em qualidade e origem.
“Nosso compromisso é continuar investindo, inovando e expandindo. Queremos crescer junto com os produtores e fazer do Bico do Papagaio um exemplo nacional de produção leiteira sustentável”, concluiu Thomas Amado.
Com um cenário de potencial produtivo, mão de obra disponível, apoio institucional emergente e um mercado consumidor atento à qualidade, o Bico do Papagaio pode, sim, conquistar seu espaço entre as grandes regiões leiteiras do Brasil.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Surgiu