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8 set 2025
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Dietas ricas em proteína impulsionam carnes e laticínios, enquanto ultraprocessados e bebidas alcoólicas enfrentam queda nas vendas na Europa.
Revolução proteica 💥: consumidores trocam snacks por laticínios e carnes. proteína
Revolução proteica 💥: consumidores trocam snacks por laticínios e carnes

As dietas ricas em proteína estão redefinindo o mercado alimentar europeu, beneficiando produtores de laticínios, carnes e aves, enquanto grandes companhias de ultraprocessados e bebidas alcoólicas enfrentam queda nas vendas.

De acordo com informações da Bloomberg, essa tendência global tem impulsionado empresas como a suíça Emmi e a irlandesa Glanbia, que registram crescimento expressivo graças à demanda por produtos com alto teor proteico.

A Cranswick, produtora britânica de carnes, relatou que suas linhas premium se destacaram, refletindo o crescente apetite dos consumidores por proteína, mesmo diante de um cenário de inflação persistente.

“A carne está de volta à tendência do ponto de vista da saúde”, declarou Jim Brisby, diretor comercial da companhia, em teleconferência com analistas.

A Emmi, referência no setor de laticínios, revisou para cima suas projeções de vendas, apoiada em uma estratégia que valoriza a naturalidade e proteínas de alta qualidade.

Segundo a empresa, a categoria de produtos proteicos cresce mais de 20% ao ano, revertendo a queda que laticínios e iogurtes enfrentaram em anos anteriores. A Glanbia também registrou alta significativa, citando a venda de suplementos, lanches saudáveis e vitaminas para atletas e consumidores preocupados com a saúde.

Enquanto isso, gigantes do setor de ultraprocessados e bebidas, como Nestlé, Heineken e Diageo, lutam para recuperar volumes. Nos últimos seis meses, as ações da Nestlé caíram 14%, as da Heineken 17% e as da Diageo 7,6%. Em contraste, a Glanbia subiu 40% e a Cranswick, 3,8%.

Entre os fatores que pesam sobre esse segmento está a crescente adoção de medicamentos contra obesidade, como os agonistas de GLP-1 (ex.: Ozempic).

De acordo com a Bloomberg Intelligence, pelo menos 30% dos usuários desses remédios reduziram o consumo de doces, snacks e bebidas alcoólicas durante e após o tratamento.

“Se uma grande parcela da receita dessas companhias enfrenta um obstáculo de 20% a 30% ao longo de cinco ou dez anos, será muito difícil compensar mesmo com novos produtos”, explicou Laurent Douillet, estrategista da consultoria.

A Danone, menor que suas rivais Nestlé e PepsiCo, tem conseguido navegar melhor esse cenário ao investir em laticínios, especialmente com o iogurte Activia.

Já a Emmi aposta em inovação: lançou recentemente uma água proteica, adicionou sabor morango à sua linha de substitutos de refeição e ampliou sua linha de cafés prontos para consumo com alto teor de proteína.

“A versatilidade dos laticínios nos permite desenvolver um amplo portfólio para atender a essa megatendência”, afirmou a porta-voz Simone Burgener.

Os dados refletem uma mudança de comportamento de consumo que não se limita aos medicamentos para emagrecimento: gerações mais jovens adotam estilos de vida mais saudáveis e reduzem o consumo de álcool.

“O álcool está sob pressão porque os jovens bebem menos, enquanto os usuários de GLP-1 também reduzem o consumo”, disse o analista Jon Cox, da Kepler Cheuvreux.

De acordo com a Renub Research, o mercado europeu de proteína deve atingir US$ 9,3 bilhões até 2033, frente a aproximadamente US$ 5,7 bilhões em 2024. Buscas por alimentos proteicos dobraram em 2025, segundo dados do Ocado Group, e redes sociais desempenharam papel central em popularizar essa tendência.

Para as grandes corporações, o desafio é significativo: além da concorrência de startups ágeis, que lançam produtos rapidamente, há limitações para elevar preços sem gerar resistência do consumidor. “Não há nada no médio prazo que permita ser realmente otimista para essas companhias”, avaliou Douillet.

A tendência deixa claro que, enquanto a proteína ganha protagonismo, snacks açucarados, chocolates e bebidas alcoólicas perdem espaço, e o setor de laticínios volta a ser visto como estratégico para capturar essa demanda.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de O Globo

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