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19 nov 2025
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Após alerta internacional sobre botulismo, a Anvisa proibiu a venda da fórmula ByHeart no Brasil, mesmo sem casos registrados no país 🛑
A decisão da Anvisa sobre a fórmula infantil ByHeart segue investigações do botulismo nos EUA, que já afeta 13 bebês. 👶
A decisão da Anvisa sobre a fórmula infantil ByHeart segue investigações do botulismo nos EUA, que já afeta 13 bebês 👶

O botulismo voltou ao centro das atenções sanitárias depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu proibir a importação e a venda de todos os lotes da fórmula infantil ByHeart Whole Milk 720 ml, produzida pela empresa americana ByHeart. A medida foi adotada após o produto ser associado a 13 casos de botulismo em bebês nos Estados Unidos, conforme alertaram órgãos reguladores daquele país.

Segundo detalhou a Anvisa, a decisão brasileira foi tomada logo após a Food and Drug Administration (FDA) emitir um comunicado de segurança e determinar o recolhimento voluntário de lotes da fórmula nos EUA. A partir do alerta, técnicos da agência iniciaram uma busca ativa no comércio eletrônico nacional e localizaram anúncios do produto em plataformas brasileiras. A retirada imediata desses anúncios foi solicitada.

A autarquia reforçou que, até o momento, não há registro de casos de botulismo no Brasil ligados ao consumo da fórmula ByHeart ou de qualquer outro alimento infantil importado da marca. Mesmo assim, a agência afirma que agiu preventivamente para reduzir qualquer risco aos consumidores, especialmente considerando que fórmulas infantis são alimentos destinados a um grupo extremamente sensível.

Do lado da empresa, Mia Funt, fundadora e presidente da ByHeart, declarou que o recall realizado nos EUA foi feito por “excesso de cautela”, enfatizando que a segurança das famílias é prioridade. Em seu comunicado, Funt destacou que a companhia reagiu rapidamente aos primeiros sinais de risco, mesmo antes de conclusões definitivas das investigações conduzidas pelos órgãos de saúde americanos.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, a investigação sobre os casos segue em andamento. O trabalho envolve a FDA, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e autoridades sanitárias estaduais e locais. As equipes se debruçam sobre rastreabilidade dos lotes, condições de produção e possíveis falhas no processamento, além de entrevistar familiares para entender o contexto de consumo.

O que é o botulismo e por que preocupa tanto

O botulismo é classificado pelo Ministério da Saúde como uma doença rara, mas extremamente grave, causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Trata-se de uma enfermidade neuroparalítica, capaz de afetar o controle motor e, em situações severas, comprometer a musculatura respiratória. Sem diagnóstico e tratamento rápidos, pode levar à morte.

A infecção pode ocorrer de duas formas principais: pela ingestão de alimentos contaminados ou por ferimentos infectados com a bactéria. Entre bebês, o risco é ainda maior, porque o sistema imunológico está em desenvolvimento e a capacidade de combate a toxinas é limitada.

Os sintomas iniciais podem demorar a aparecer e incluem queda das pálpebras, fala arrastada em adultos, perda do controle da cabeça, dificuldade de engolir e sinais progressivos de falência respiratória. Por isso, profissionais de saúde insistem na importância da busca imediata por atendimento médico caso qualquer desses sinais se manifeste em crianças que tenham consumido alimentos suspeitos.

O tratamento envolve a aplicação de antitoxina botulínica o mais cedo possível, medida essencial para impedir o avanço da paralisia e reduzir complicações graves. Quanto mais precoce o atendimento, maiores as chances de recuperação plena.

A postura da Anvisa e o recado ao mercado

A decisão da Anvisa reforça uma diretriz adotada pela agência em episódios que envolvem produtos infantis: agir pela precaução. Embora nenhum caso tenha sido registrado no Brasil, o órgão sinaliza ao mercado importador e às plataformas de e-commerce que a comercialização de fórmulas sem autorização ou sem segurança comprovada será alvo de vigilância ativa.

Para as empresas brasileiras que atuam com nutrição infantil, o episódio serve de alerta sobre a importância de cumprir normas locais de registro, rastreabilidade e controle de qualidade. Já para consumidores, o recado é direto: fórmulas infantis devem ser adquiridas apenas em canais autorizados e com procedência certificada.

A investigação internacional continua, e a Anvisa afirmou que seguirá acompanhando os desdobramentos por meio de cooperação regulatória com as autoridades americanas. Caso surjam novas evidências ou orientações, o Brasil poderá adotar medidas adicionais para garantir a segurança alimentar de bebês e famílias.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de O Globo

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