ESPMEXENGBRAIND
15 set 2025
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A produção de leite no Brasil cresce 9,3% no 2º trimestre e Goiás registra alta nas exportações, mesmo com queda pontual em julho.
Mesmo na entressafra, Brasil ampliou captação de leite, enquanto Goiás ganha em valor absoluto, mas perde peso no agro estadual. Exportacoes
Mesmo na entressafra, Brasil ampliou captação de leite, enquanto Goiás ganha em valor absoluto, mas perde peso no agro estadual.

Produção de leite no Brasil cresce 9,3% no 2º trimestre de 2025, mesmo em cenário de entressafra, segundo estimativas preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O volume captado formalmente no país alcançou aproximadamente 6,5 bilhões de litros, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Além do avanço expressivo em termos anuais, chamou a atenção o crescimento de 0,1% frente ao primeiro trimestre do ano, resultado considerado inédito na série histórica para esta época do calendário produtivo.

Tradicionalmente, o segundo trimestre é marcado pela entressafra, com queda de volumes e maior pressão de custos. No entanto, o comportamento observado em 2025 aponta para maior eficiência da produção e adaptação tecnológica em diversas regiões do país.

A expansão também reflete a resiliência do setor em meio às oscilações de preços e à crescente demanda por derivados lácteos.

No cenário internacional, o 386º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) registrou preço médio de US$ 4.291 por tonelada para os produtos lácteos.

O movimento refletiu estabilidade tanto em preços quanto em volumes comercializados. Entre os itens negociados, o leite em pó integral (LPI) foi o único a apresentar variação positiva, com alta de 0,3%, reafirmando sua posição como referência global de preços.

Goiás: crescimento em valor, perda relativa no agro

Em Goiás, o Valor Bruto da Produção (VBP) do leite deve alcançar R$ 5,89 bilhões em 2025, segundo estimativas locais. O montante representa crescimento de 6,7% frente a 2024, quando o VBP do setor havia sido de R$ 5,52 bilhões.

Apesar desse avanço em números absolutos, a participação relativa do leite no VBP agropecuário estadual recuou de 5,2% em 2024 para 4,9% em 2025.

Essa queda não se deve a uma retração da atividade leiteira, mas sim ao forte crescimento do VBP total de Goiás, que passou de R$ 105,9 bilhões em 2024 para R$ 120,1 bilhões neste ano, alta de 13,4%.

O resultado mostra a força de outros segmentos do agronegócio goiano, como grãos e proteína animal, que avançaram em ritmo superior.

Exportações goianas: queda pontual, saldo positivo

No mercado externo, os embarques de lácteos produzidos em Goiás tiveram retração em julho de 2025, impactados pela ausência de vendas para o Chile — segundo principal destino da produção goiana.

Nesse mês, apenas os Estados Unidos importaram produtos lácteos de Goiás, com volume total de 62 toneladas.

Apesar dessa oscilação mensal, o desempenho acumulado de janeiro a julho de 2025 continua positivo. Segundo dados oficiais, o estado registrou avanço de 27,2% no volume exportado em relação a 2024, atingindo 411 toneladas no período.

Isso demonstra que a base exportadora de Goiás segue em trajetória de consolidação, ainda que fortemente dependente de alguns mercados estratégicos.

Perspectivas para o setor

A expansão da captação formal no Brasil, em pleno período de entressafra, e o desempenho de Goiás em termos de VBP e exportações revelam um setor dinâmico, mas também sujeito a desafios. Entre eles, destacam-se:

  • a necessidade de diversificar mercados externos, reduzindo a dependência de poucos países compradores;
  • a competitividade com outras cadeias do agronegócio, que avançam em ritmo acelerado;
  • a volatilidade dos preços internacionais, ainda marcada por estabilidade frágil no GDT.

 

Para produtores e indústrias, os dados indicam espaço para planejamento estratégico. A resiliência demonstrada em 2025 pode abrir caminho para investimentos em tecnologia, produtividade e fortalecimento da presença internacional do leite brasileiro.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de SEAPA

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