Exportador de leite - A Nova Zelândia exporta 97% do leite que produz, o Brasil exporta míseros 0,1%. Na verdade importa mais que exporta. Olhando o gráfico abaixo, de 2017, percebe-se que o Brasil possui um custo de produção por litro um pouco superior ao da Nova Zelândia mas ainda um dos mais baixos do mundo.

Exportador de leite – A Nova Zelândia exporta 97% do leite que produz, o Brasil exporta míseros 0,1%. Na verdade importa mais que exporta. Olhando o gráfico abaixo, de 2017, percebe-se que o Brasil possui um custo de produção por litro um pouco superior ao da Nova Zelândia mas ainda um dos mais baixos do mundo.

Os Estados Unidos, o maior produtor mundial possui um custo de produção de 33% a 70% maior que o nosso ou da Nova Zelândia. E o Canadá, maior exportador de lácteos para os EUA, tem um custo imoral, aproximadamente 2 vezes maior que o Brasileiro. Sobrevive de uma pecuária leiteira extremamente organizada e com facilidades para exportar para os EUA. Produtores felizes com um plantel médio de 60 vacas, tão produtivas quanto as americanas. No entanto, os subsídios estão paulatinamente caindo e não há organização que resista a uma realidade adversa do mercado.

O Uruguai é o nosso Canadá, basta que EUA ou Brasil criem quotas para importação que o caos se estabelece na produção leiteira destes países. São países altamente vulneráveis assim como é a Nova Zelândia, por depender exclusivamente da exportação em sua lucrativa indústria de lácteos. Tudo que os países exportadores não querem é que o Brasil desperte e domine o mercado mundial assim como fez com o mercado de carnes. Mas isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde e é por isso que investidores daquele país já estão no Brasil produzindo e outros países só querem uma estabilidade mínima política para entrar aqui produzindo em alta escala.

Tanto Brasil quanto a Nova Zelândia estão aumentando seus custos de produção, com o aumento do uso de silagens e grãos num processo similar ao dos EUA que ainda nem de longe podem competir em produtividade.

Um caminho arriscado, se o produtor não estiver focado na produção e principalmente na redução de custos, utilizando substitutivos ou produzindo sua própria dieta. Propriedades pequenas não serão viáveis para a produção de leite nesta linha a curtíssimo prazo e mesmo produzindo a pasto terão dificuldades de sobreviver com o passar dos anos.

Crescer e Multiplicar

Para o produtor de leite que é jovem e quer participar deste futuro glorioso para o mercado do leite, é preciso investir gastando o mínimo. Produtores de sucesso aqui em Minas gastam uma ninharia comprando barracões de granja desativados e montam suas estruturas de compost barrn. Outros gastam uma fábula comprando tudo novo num negócio no qual o lucro se mede por centavos por litro. Um doce para quem acertar quem vai sobreviver.

Lembrem-se que em nada adiantará continuarem a ser pequenos pois o preço do leite sofrerá constantemente a pressão de baixa dos produtores industriais. A proibição das importações será um paliativo temporário mas o preço continuará caindo a longo prazo.

Pasto ou Semi-confinamento

Dez a 25% dos produtores de leite dos EUA já retornaram às pastagens, produzindo menos e lucrando mais. Nova Zelândia, Austrália, Irlanda, Uruguai nunca abandonaram as pastagens e produzem um leite com o menor custo graças principalmente as suas condições de clima. O que estes países sabem há muitos anos é o mesmo que a Embrapa e os EUA confirmam em seus estudos. Produzindo a pasto, os estudos dos EUA apontam para uma produção média de 6.000 kg vacas por lactação contra os 9.000 Kg do confinamento, no entanto, cada vaca gera uma receita de 100 dólares a mais na lactação. E o Brasil é riquíssimo e tem todas as possibilidades de produzir muito leite a um custo atrativo empregando pastagens irrigadas como a Nova Zelândia em suas plantas em Goiás e Bahia ou um sistema misto, com pastejo no período de chuvas e confinamento na seca.

Conclusão:

1 – O Brasil se transformará no maior exportador de lácteos;

2 – A atividade será grandiosa mas não devemos nos iludir que bastará um banquinho um balde e umas vaquinhas;

3 – O leite em se tornando uma commoditie cotada em dólar, a pressão de baixa nos preços dos grandes produtores industriais vai impactar muito os pequenos. Ou produtor pequeno se prepara ou será uma luta desigual;

4 – O país passando a ser um player exportador, significa que teremos receitas e custos atrelados ao dólar e não somente os custos como acontece hoje;

5 – Mas o negócio é altamente promissor e os antigos modelos não servirão para muita coisa.

Agora, o governo vê o produtor de leite como um eterno chorão clamando por subsídios e restrições às importações mas o produtor não se atenta a mostrar ao governo que a atividade pode dar aquilo que o governo mais precisa: dólares de divisas internacionais para combater seu déficit público monstruoso. Um ministro da economia tende a não saber o que é uma vaca mas ele vendo as possibilidades fantásticas do novo negócio saberá juntamente com os produtores criar a estrutura de organização do setor para sermos mais rapidamente grande exportadores de lácteos. Do contrário será a eterna choradeira todo final de ano.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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