Pecuaristas captaram no país, em 2022, 23,85 bilhões de litros de leite, o que representa uma queda de 5% na comparação com o volume captado em 2021.
Essa é a segunda queda consecutiva após o recorde observado em 2020. Os dados são da Estatística da Produção Pecuária divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa semana.
Bernardo Viscardi, analista responsável pela pesquisa, explicou que o desempenho pode ser explicado pelo fenômeno La Niña, que provocou seca no sul do Brasil e prejudicou as pastagens, resultando na diminuição da produção de leite.
“Os altos custos de produção, que influenciam o preço do leite, envolvendo ração, energia e combustível, associados à baixa demanda do mercado interno, foram outros fatores importantes”, acrescentou.
O engenheiro agrônomo e consultor master do Sistema Faemg/Senar, Walter Ribeiro, explicou que, além dos fatores citados acima, o preço da arroba do boi subiu no ano passado, o que estimula o abate das vacas, impactando na produção de leite.
De fato, segundo o analista do IBGE, confirma que houve aumento de 19,1% no abate de fêmeas. “São os ciclos da pecuária. Depois de um período de retenção das vacas para procriação, seguido pela entrada dos bezerros no mercado e sua consequente desvalorização pelo aumento da oferta, as fêmeas começam a ser destinadas ao abate”, explicou. “São movimentos normais de mercado”, reiterou Ribeiro.