Freezer | O congelamento sempre aparece como o grande aliado de quem precisa ganhar tempo na cozinha, organizar compras do mês ou simplesmente evitar desperdício.
Mas, como lembram especialistas ouvidos por publicações internacionais, essa técnica não faz milagres: cada tipo de carne e laticínio tem um prazo máximo para manter sabor, textura e segurança. E entender esses limites ajuda tanto na rotina quanto no bolso.
Segundo orientações citadas pelo site polonês Kobieta, carnes bovinas e de vitela podem permanecer no freezer por até oito meses mantendo boa qualidade, desde que embaladas de forma adequada.
Essa recomendação considera boas práticas de conservação, como eliminar o ar da embalagem, vedar bem com plástico próprio para congelamento e evitar aberturas frequentes do freezer, que podem gerar oscilações de temperatura. Na prática, isso significa que manter bifes, assados ou cortes inteiros congelados por mais tempo não é necessariamente perigoso, mas a perda sensorial torna o preparo bem menos interessante.
No caso da carne suína, a janela de qualidade é um pouco menor: cerca de seis meses. Isso ocorre porque a gordura do porco oxida mais rapidamente, mesmo em baixas temperaturas. Já a carne moída tem o prazo mais curto entre todas as opções: aproximadamente dois meses.
Passado esse período, a textura tende a se deteriorar e o valor nutricional começa a cair. Especialistas mencionados na matéria reforçam que, por ser um produto com maior superfície exposta ao ar, a carne moída é mais vulnerável a queimaduras de freezer e alterações de sabor.
A discussão muda de tom quando o assunto são os laticínios. O portal norte-americano Pure Wow lembra que queijos podem ser congelados, mas com cuidados específicos: porções pequenas, bem protegidas com filme plástico e armazenadas em sacos próprios para congelamento.
Mesmo seguindo todas essas etapas, é comum que o queijo perca parte da cremosidade após o descongelamento. Por isso, especialistas sugerem usá-los principalmente em receitas quentes — como molhos, gratinados e tortas — onde a mudança de textura passa despercebida.
Queijos de sabor forte, como parmesão, provolone ou gouda curado, tendem a preservar melhor suas características. Já variedades mais delicadas — incluindo ricota, brie e cream cheese — normalmente sofrem separação de fases: parte sólida de um lado, soro do outro. Nesse grupo, a recomendação é evitar o freezer.
No geral, o prazo máximo de armazenamento de queijos é de seis meses.
Outros laticínios exigem ainda mais cautela. Em entrevista mencionada pela revista Self, o especialista em segurança alimentar Darin Detwiler explica que produtos como nata, chantilly e manteiga podem perder estabilidade ao descongelar. A manteiga costuma resistir bem quando congelada em blocos ou porções pequenas, mas a textura pode ficar ligeiramente arenosa.
O iogurte natural, por sua vez, é o que mais sofre: ao descongelar, separa-se com facilidade e raramente volta à textura original, mesmo depois de misturado. Já versões com frutas e açúcar se comportam melhor porque os aditivos funcionam como estabilizantes naturais.
O leite entra na mesma categoria dos “sensíveis ao freezer”. Ao ser congelado, tende a formar cristais que alteram a estrutura da bebida. Depois de descongelado, pode apresentar granulação ou separação de fases. Misturar ajuda, mas não resolve totalmente.
Apesar dessas limitações, o congelamento continua sendo uma das melhores estratégias domésticas contra o desperdício.
Para isso, especialistas sugerem algumas regras gerais: identificar a data de congelamento, dividir alimentos em porções menores, manter o freezer organizado para evitar esquecimentos e nunca recongelar alimentos que já foram parcialmente descongelados.
Em um cotidiano cada vez mais acelerado, entender como cada alimento se comporta no freezer ajuda a garantir refeições mais seguras e saborosas. E, como reforçam nutricionistas citados pelos diferentes veículos, respeitar os prazos de congelamento evita frustrações — e aquele misterioso “gelo queimado” que estraga até o melhor corte de carne.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Portal SBN






