Paulo do Carmo Martins escreveu "O banho de leite argentino" e não demorou muito para receber uma resposta da Argentina.
argentino
A imensa crise econômica está afetando todos os argentinos, inclusive os fabricantes de leite.
Paulo do Carmo Martins, pesquisador da Embrapa e professor da FACC/UFJF, escreveu um interessante artigo em sua conta no Linkedin, que replicamos no eDairyNews, intitulado “O banho de leite argentino”.

Nele, ele dizia que, para resolver a crise do leite no Brasil, seria necessário olhar criticamente e verificar possíveis irregularidades no leite vindo daquele país e seu uso aqui no Brasil.

Da Argentina, não demorou muito para chegar uma resposta. O CEO da DairyCorp, Alejandro Maurino, fez um detalhado desabafo, respeitosamente pedindo reflexão e apontando questões nas quais, segundo ele, Carmo Martins está errado:

 

Prezado Paulo do Carmo Martins, é um prazer ter sua amizade no Linkedin.

Deixe-me dizer que você está errado em seu comentário. A Leitesol (La Serenissima), empresa brasileira, vem fazendo um trabalho de alto valor em seu processo de comercialização no Brasil, e o aumento do dólar na Argentina, não tem relação com o baixo preço ao produtor.

Lembre-se que os fabricantes argentinos recebem um dólar 65% menor do que o preço em dólar que você menciona (você menciona o dólar da Azul, e os fabricantes cobram o dólar do Banco Nación).

A imensa crise econômica está afetando todos os argentinos, inclusive os fabricantes de leite.

Você se equivoca quando fala que o preço do leite ao produtor é muito baixo. Lembre-se de que o preço médio do leite para o produto medido em dólares oficiais é de US$ 0,35 por litro.

Você está correto no que diz sobre os níveis de produtividade que os produtores de leite argentinos alcançaram. E observamos que a produtividade do produtor de leite no Brasil vem melhorando com base no setor privado e em algumas melhorias no pequeno produtor de leite.

O senhor está correto em sua afirmação de que a união aduaneira que foi o Mercosul não foi perfeita, mas também deve reconhecer as medidas antitarifárias que o Brasil esconde, colocando 80% das empresas argentinas no RAI.

Você acha que com a qualidade de produtos que a Mastellone Hermanos (La Serenisima) possui, eles teriam seus produtos no RAI?

Você acha que as medidas sanitárias argentinas são irregulares? Acho que essa pergunta deveria ser feita ao serviço sanitário brasileiro que aprova todas as fábricas e processos sem nenhum problema…. e depois as empresas argentinas aparecem no RAI…

E por último, mas não menos importante, alguém pensa nos consumidores do Mercosul? Porque todo o setor lácteo do Mercosul depende deles.

Com respeito e admiração, Cordiais Cumprimentos

Alejandro Maurino
CEO, DairyCorp

 

 

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