O produto, criado por Thiago Lorusso e Paola Stier, é feito a partir da desidratação da castanha de caju e não tem adição de açúcar ou gorduras saturadas
Thiago Lorusso, 33 anos, sempre teve vontade de investir em um empreendimento que tivesse um propósito. O publicitário já trabalhou em uma startup de tecnologia e também foi dono de uma empresa que fabricava carteiras. No entanto, depois que conheceu Paola Stier, de 26 anos, ele decidiu seguir um caminho diferente.
O casal se encontrou em 2016. Stier é vegana e, com o tempo, passou seu conhecimento sobre o assunto para Lorusso, que decidiu diminuir o seu consumo de produtos de origem animal. A partir da dificuldade de encontrar alimentos que pudessem ser incluídos na sua nova dieta, a dupla decidiu começar um negócio próprio.
Em 2019, eles criaram a Nice Foods, uma empresa que produz alimentos 100% à base de plantas. Na época, a marca trabalhava com sorvetes veganos e desenvolveu uma pasta de castanha de caju para facilitar a produção. “A gente teve que desenvolver um processo para produzir o sorvete em uma escala industrial, de uma maneira padronizada e que fosse fácil de armazenar”, explica Lorusso. A pasta é feita a partir da desidratação da castanha de caju, e não tem adição de açúcar ou gorduras saturadas.
Com a pandemia, o empreendimento começou a se deparar com alguns problemas. Os custos estavam altos e a equipe não conseguia fazer a distribuição dos sorvetes. Além disso, um dos sócios do casal decidiu desfazer a parceria. Mesmo assim, a dupla não desistiu.
No final do ano passado, eles decidiram recomeçar. Depois de alguns testes, os dois transformaram a pasta que tinham criado para facilitar a fabricação do sorvete no principal produto da marca, batizada de Nice Milk. “Eu descobri que havia outras utilidades para a pasta, além da fabricação do sorvete”, afirma Stier.
Ao misturar a pasta de castanha de caju com água, descobriram que o resultado era um delicioso leite vegetal. Um pote de 450 gramas de pasta rende em torno de 6,5 litros de leite, que deve ser refrigerado depois de pronto. Hoje, vendem a pasta como um ingrediente para fazer seu próprio leite vegetal em casa. Depois, o leite pode ser usado para fazer receitas doces e salgadas. “A castanha de caju confere um sabor bastante neutro ao leite, o que torna possível utilizá-lo em diferentes pratos”, conta Lorusso.
O novo projeto tem como alvo o público vegano, e também aquelas pessoas que têm algum tipo de intolerância à lactose. “É um leite indicado para quem busca uma vida mais saudável”, comenta Stier. “Além disso, ao deixar de lado o leite tradicional, o consumidor ajuda a preservar o planeta”, diz Lorusso.
Com sede em Curitiba, no Paraná, a empresa vende o produto por meio de um e-commerce. “Com o Nice Milk, conseguimos nos reerguer”, diz Stier. Do final de 2020 para 2021, o faturamento apresentou um crescimento de 400%. Para os próximos anos, eles esperam ampliar a produção, de 1,5 tonelada por mês para 18 toneladas. Além disso, a dupla também pretende fazer outros lançamentos, como um concentrado de aveia, e abrir uma fábrica própria. Outra expectativa é fazer parcerias com lojistas, cafeterias e restaurantes.