ESPMEXENGBRAIND
15 jul 2025
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Reconhecimento internacional destaca o Chile como referência em inovação e sustentabilidade na produção de leite na América Latina.
Gilles Froment, presidente da Federação Internacional de Laticínios, destaca o potencial do Chile como referência mundial.
Gilles Froment, presidente da IDF, destaca o potencial do Chile como referência mundial.

Pela primeira vez na história, a América do Sul sediará a Cúpula Mundial do Leite, e o Chile foi o país escolhido para esse marco. A decisão, anunciada pela Federação Internacional de Laticínios (IDF), reconhece os avanços do setor leiteiro chileno em modernização, sustentabilidade e inovação, segundo afirmou Gilles Froment, presidente mundial da IDF.

O evento, que será realizado em Santiago entre os dias 15 e 18 de outubro, deve reunir mais de mil especialistas de mais de 60 países sob o lema “Nutrir um Mundo Sustentável”, abordando temas como segurança alimentar, mudança climática e tecnologias emergentes como automação e inteligência artificial.

Por que o Chile?

“Chile é um ator dinâmico em uma região com enorme potencial. Sua escolha como sede da Cúpula é um reconhecimento do progresso local e uma inspiração para o desenvolvimento regional”, afirmou Froment.

Segundo ele, o país possui clima, terras férteis e talento para se tornar um fornecedor global de produtos lácteos, destacando-se também pelo compromisso com práticas sustentáveis e colaboração internacional.

Além disso, o Chile é líder em certificações de sustentabilidade e acordos de produção limpa, que contam com ampla adesão dos principais elos da cadeia produtiva.

Lácteos e segurança alimentar

A segurança alimentar é um dos temas centrais do encontro. A IDF destaca os lácteos como fundamentais na luta contra a fome e a desnutrição, principalmente por sua densidade nutricional e acessibilidade. O exemplo chileno, com o Programa

Nacional de Alimentação Complementar — responsável por reduzir significativamente a desnutrição infantil —, será um dos destaques do evento.

Segundo relatório da FAO, cerca de 733 milhões de pessoas passam fome no mundo, sendo 41 milhões na América Latina. “Os lácteos têm papel vital em todas as fases da vida e podem transformar realidades nutricionais.

O exemplo chileno é inspirador e mostra o que a colaboração na cadeia de suprimentos pode alcançar”, reforçou Froment.

Clima e sustentabilidade: compromissos globais

A agenda climática também terá grande relevância. O setor leiteiro está cada vez mais alinhado com os compromissos de neutralidade de carbono e rastreamento de emissões.

Um dos marcos nesse sentido foi a Declaração Láctea de Paris, assinada em 2023, que define metas mensuráveis para a sustentabilidade e é apoiada pela FAO.

A IDF destaca ferramentas como a Avaliação do Ciclo de Vida (LCA) para medir e reduzir o impacto ambiental da produção. “Precisamos dissociar crescimento econômico do aumento das emissões e do uso de recursos. Isso exige inovação, eficiência, práticas justas e comprometimento com as comunidades locais”, afirma Froment.

Transformação tecnológica: o futuro já começou

O presidente da IDF defende que a transformação digital é urgente. Agricultura de precisão, inteligência artificial e economia circular já estão moldando o setor. Mas é preciso garantir acesso inclusivo a essas tecnologias, especialmente para pequenos produtores e cooperativas.

“Essas ferramentas aumentam a produtividade, reduzem desperdícios e tornam a cadeia mais transparente. A tecnologia também pode atrair jovens para o setor, renovando o capital humano necessário para o futuro da indústria”, afirma Froment.

O uso da IA promete desde o manejo de insumos até a logística, contribuindo para uma produção mais eficiente e com menor impacto ambiental. Ao mesmo tempo, fortalece a rastreabilidade e aproxima o consumidor final, elemento essencial em uma sociedade cada vez mais exigente quanto à sustentabilidade.

Um novo paradigma para a leiteria mundial

Com todas essas frentes — inovação, sustentabilidade, segurança alimentar e transformação digital —, o Chile se posiciona como um exemplo global de como alinhar competitividade com responsabilidade ambiental e social.

“A resiliência está se tornando uma nova medida de sucesso na indústria láctea. E essa resiliência precisa ser adaptada à realidade local. O futuro está em soluções locais para um desafio global”, finaliza Froment.

A Cúpula Mundial do Leite 2025 será, portanto, mais do que um evento: será uma plataforma de aprendizado, parcerias e transformação para a leiteria mundial — com o Chile no centro desse novo cenário.

*Adaptado para eDairyNews, com base em informações do nosso Content Partner Fedeleche

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