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22 jul 2025
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🥛 China projeta produção acima de 10 toneladas por vaca e mais de 70% de autossuficiência na indústria láctea até 2030.
Com 1,4 bilhão de habitantes, a China aposta na produção interna de leite para reduzir importações e garantir segurança alimentar.
Com 1,4 bilhão de habitantes, a China aposta na produção interna de leite para reduzir importações e garantir segurança alimentar.

A indústria láctea da China se prepara para um salto estratégico rumo à modernização total até 2030.

A meta foi anunciada pela Associação da Indústria Láctea da China durante a 16ª Conferência do Setor, realizada na cidade de Xiamen, província de Fujian.

Segundo o documento apresentado, o país asiático pretende manter a taxa de autossuficiência em lácteos acima de 70% até o fim da década, com um desempenho médio de mais de 10 toneladas de leite por vaca anualmente — um patamar que coloca a China em linha com os maiores produtores do mundo.

Além disso, a meta é manter uma taxa de aprovação de inspeção de qualidade dos produtos lácteos superior a 99%, reforçando o compromisso com a segurança alimentar e a confiança do consumidor. A produção, segundo o plano, também deverá ser mais sustentável do ponto de vista ambiental.

Produção moderna e sustentável

Para atingir tais objetivos ambiciosos, será fundamental a construção de um sistema avançado de produção e fornecimento de forragem, além de um modelo de criação de gado leiteiro com alta eficiência.

A associação destaca ainda a importância de impulsionar a digitalização no processamento dos produtos lácteos, com foco em rastreabilidade, automação e redução de perdas.

O plano está alinhado com o 14º Plano Quinquenal da China, que enfatiza a modernização da agricultura e da cadeia de suprimentos alimentares como pilares do desenvolvimento nacional.

Em um país com uma população superior a 1,4 bilhão de pessoas, o fortalecimento da produção interna de leite é visto como estratégico para reduzir a dependência de importações e garantir a segurança alimentar em longo prazo.

Números em perspectiva

Atualmente, a China é o terceiro maior produtor de leite do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. Em 2024, a produção chinesa ultrapassou os 39 milhões de toneladas, com um crescimento médio anual superior a 5% na última década.

No entanto, o consumo doméstico também vem aumentando, puxado pela urbanização e pela crescente demanda da classe média por produtos lácteos, especialmente fórmulas infantis, iogurtes e queijos.

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, o país ainda depende parcialmente de importações, especialmente da Nova Zelândia, Austrália e União Europeia.

Com o novo plano, o objetivo é reduzir essa dependência, ao mesmo tempo em que se investe em inovação, genética animal e sustentabilidade ambiental.

Um movimento com impacto global

A modernização da indústria láctea chinesa pode ter efeitos significativos sobre o mercado internacional de lácteos. Uma China mais autossuficiente tende a reduzir a pressão importadora, impactando diretamente os grandes exportadores globais, como a Nova Zelândia, os Estados Unidos e até mesmo países da América Latina.

Para os mercados que hoje veem a China como destino-chave de exportação — como Uruguai, Argentina e Brasil — o avanço da autossuficiência chinesa exige atenção e reposicionamento estratégico.

Por outro lado, a digitalização e o foco ambiental podem abrir oportunidades para fornecedores de tecnologia, genética, equipamentos e serviços especializados em produção láctea de alta eficiência.

O plano chinês é mais do que uma política agropecuária: é uma declaração de intenções sobre o futuro do leite em uma das maiores economias do planeta.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de seu Content Partner Fedeleche

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