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18 dez 2024
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China analisará subsídios relacionados a produtos lácteos produzidos na UE de abril de 2023 a março de 2024.
A China abriga o segundo maior mercado mundial de laticínios, depois dos Estados Unidos.
A China abriga o segundo maior mercado mundial de laticínios, depois dos Estados Unidos.

A China lançou uma investigação antissubsídios às importações de laticínios da União Europeia, uma medida que provavelmente aumentará suas tensões comerciais com o continente.

Anunciada pelo Ministério do Comércio da China na quarta-feira, a investigação analisará subsídios relacionados a produtos lácteos produzidos na UE de abril de 2023 a março de 2024.

A investigação antissubsídios se concentrará principalmente em itens lácteos específicos, incluindo queijo fresco e processado. Espera-se que o inquérito seja concluído dentro de um ano.

Leia também: O novo gosto da China por leite pode se tornar um negócio de US$ 626 bilhões

A decisão foi motivada por uma reclamação apresentada pela Associação de Laticínios da China e pela Associação da Indústria de Laticínios da China em 29 de julho em nome da indústria nacional de laticínios, disse o ministério.

A China examinará 20 esquemas de subsídios de todo o bloco de 27 países, especificamente aqueles da Áustria, Bélgica, Croácia, República Tcheca, Finlândia, Itália, Irlanda e Romênia, disse em um comunicado, conforme relatado pela Reuters.

O Global Times, apoiado pelo Estado, informou em junho que empresas chinesas planejavam pedir às autoridades que abrissem uma investigação “antissubsídios” sobre as importações de alguns produtos lácteos da União Europeia.

Uma atitude retaliatória da China?

A decisão de investigar produtos lácteos da UE segue a recente revisão da UE sobre direitos compensatórios sobre veículos elétricos chineses, à qual a China se opôs fortemente.

A Comissão Europeia revelou o último rascunho de sua investigação sobre supostos subsídios para EVs chineses na terça-feira. Ela continuou a afirmar que os fabricantes chineses de EVs receberam subsídios substanciais.

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Como resultado, propôs impor tarifas de até 36,3% às empresas automobilísticas chinesas. Esta proposta marca um pequeno ajuste do imposto máximo planejado inicial de 37,6% definido em julho.

A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM) expressou forte oposição ao projeto revisado da União Europeia.

Em meados de junho, a China iniciou uma investigação antidumping na indústria de carne suína da UE, um setor em que a China é um grande mercado de exportação. Isso também foi amplamente visto como retaliação à imposição de tarifas altas pela UE sobre veículos elétricos (VEs) importados da China.

Comércio de laticínios entre a China e a UE e implicações da investigação

A China abriga o segundo maior mercado mundial de laticínios, depois dos Estados Unidos. A UE, por outro lado, é uma grande exportadora de laticínios e a maior exportadora de queijo e leite em pó desnatado (SMP) do mundo.

A produção de leite ocorre em todos os países da UE e representa uma proporção significativa do valor da produção agrícola da UE.

A produção total de leite da UE é estimada em cerca de 155 milhões de toneladas por ano. Os principais produtores são Alemanha, França, Polônia, Holanda, Itália e Irlanda. Juntos, eles respondem por quase 70% da produção de leite da UE.

 

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A UE exportou 1,7 bilhão de euros (US$ 1,84 bilhão) em produtos lácteos para a China em 2023, abaixo dos 2 bilhões em 2022, de acordo com dados da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, que citou o Eurostat.

A UE apoia sua indústria de laticínios fornecendo ajuda financeira aos produtores e produtores de leite por meio de vários mecanismos, incluindo uma Política Agrícola Comum (PAC), bem como ferramentas de intervenção de mercado, como armazenamento público e compras de intervenção, para estabilizar os preços dos laticínios e apoiar os produtores em tempos de volatilidade do mercado.

A mais recente ação da China contra as importações de laticínios da UE ilustra como alimentos e produtos agrícolas são frequentemente alvos de disputas comerciais.

O resultado da investigação pode influenciar ainda mais a dinâmica comercial entre a China e a UE, impactando os setores agrícolas de ambas as regiões e as relações econômicas mais amplas.

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