Produtores sofrem com o período prolongado sem água proveniente de chuva. Pastagem e até mesmo alternativas, como a cana, também sofrem com a secura.
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Pastos estão totalmente secos por causa da falta de chuva em Itapemirim e o rebanho sofre com a falta de alimento. Crédito: Luiz Goncalves

mas  regiões do Espírito Santo sofrem com a estiagem prolongada. Em Itapemirim, no Sul do Estado, a falta de chuva deixa o pasto completamente seco e muitos animais estão morrendo de fome devido à falta de pastagem e até sede.

Segundo as informações divulgadas pela TV Gazeta Sul, em Itapemirim, para onde se olha, o pasto está seco. E desde janeiro, produtores de leite, como a Vera Pires, sofrem com a situação. “Este ano foi um ano de pouca chuva, e a gente está desde o começo do ano com esse período de seca constantemente”, falou a produtora rural.

As 45 vacas da propriedade de Vera, que fica na localidade de Garrafão, estão mais magras. Elas deveriam comer 40 quilos de volumoso por dia, mas a produtora só consegue oferecer 10 quilos.

“É de doer o coração. A minha produção caiu. Eu já cheguei a tirar aqui quase 500 litros de leite. E agora a minha produção caiu mais de 70%”

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FOME

Além disso, toda a capineira da propriedade foi colhida e serviu de alimentação para os animais. O que sobrou, é uma quantidade muita pequena que somente dá para um período de mais 30 dias. “Quando a chuva vem mesmo, que faz o capim brotar, é só a partir de setembro”, pontuou Vera

Muitos animais não estão conseguindo esperar a chuva chegar para se alimentar com maior abundância. Uma vaca ficou atolada na beira do córrego e não conseguiu sair, pois estava muito fraca. Ela foi salva, porém os produtores relatam que outros estão morrendo de fome pelos pastos.

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“A realidade de todo produtor aqui no município de Itapemirim, o que vem chamando a atenção é a mortalidade. É um índice elevado, preocupante, fora do normal por falta alimento, ou seja, os animais estão morrendo de fome. Hoje nós estamos oscilando entre três a cinco animais mortos por dia, em diferentes propriedades”

Elizandro Silva
Subsecretário de Agricultura de Itapemirim

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ALTERNATIVA

Para não ver o rebanho morrer de fome, o produtor rural Israel Lopes tem ido pegar cana-de-açúcar que fica caída na beira da estrada para misturar com a silagem.

Ele disse que se não fosse essa alternativa, os 22 animais não teriam mais o que comer. “A gente sai à procura nas estradas, colhe, limpa para misturar com silagem. Pelo valor do leite não compensa tratar da vaca 100% só com silagem”, pronunciou Lopes.

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A fim de ajudar os produtores, a Prefeitura de Itapemirim está fazendo um levantamento da situação, e no primeiro momento, está oferecendo o transporte de silagem gratuito para o produtor que consegue comprar o produto.

Além disso, segundo o subsecretário de Agricultura de Itapemirim, Elizandro Silva, outro tipo de insumo poderá ser uma alternativa para ajudar a resolver o problema. “Está sendo feito estudos técnicos para poder buscar um insumo paliativo para rever a situação dos produtores e atender a todos”, comunicou.

A cana-de-açúcar, que é uma saída de alimentação para os animais, também sofreu com a estiagem. O que foi plantado no início do ano não germinou e o que se tem atualmente são áreas completamente vazias.

“A situação é difícil, chega a ponto de desanimar. Porque é igual o ser humano,a fome ninguém aguenta. Então a gente tem que fazer de tudo para encher a barriga delas (vacas)”

Israel Lopes
Produtor rural

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SITUÇÃO DE CALAMIDADE

Para o engenheiro agrônomo Claudio Hauttequest, a situação hoje no município de Itapemirim é de calamidade. “O índice pluviométrico para este ano, para o primeiro semestre, foi de 220 milímetros, quer dizer, bem abaixo do esperado. E praticamente 70% desse índice foi em janeiro e fevereiro, já tem cinco meses que não chove aqui na região. Está comprometendo a colheita e o plantio, então ano que vem terá uma quantidade menor”, informou.

Já a produtora Vera Pires, acredita que essa crise está influenciando o preço do leite. “Para a gente produzir o leite, a gente passa muita dificuldade, porque vem os insumos que está muito caro, o milho está faltando para fazer a ração, a ração está muito cara, em média um saco de 40 quilos está custando R$ 96,00. A gente gasta aqui em média de 90 sacas de farelo por mês”, relatou.

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De acordo com a prefeitura, Itapemirim tem 50 mil cabeças de gado leiteiro e de corte. Esse trabalho com a pecuária corresponde a 30% da arrecadação do município.

Ademais, ressalta que o Programa de Distribuição Gratuita de Ração Balanceada conta com 428 produtores cadastrados no programa e aptos a receberem a ração balanceada. Nesse mês estão sendo entregues 7.313 sacos, equivalente a 292.500 quilos ou 292,5 toneladas.

A distribuidora Gefrescos quer que a Danone seja condenada em tribunal a pagar cerca de 5 milhões e 500 mil euros. A Danone recusa ter feito imposição e fixação de preços.

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