O programa “Clube da Bezerra”, criado pela cooperativa capixaba Nater Coop, está transformando a relação de crianças e adolescentes com a pecuária leiteira no Espírito Santo.
O projeto é voltado a jovens de 5 a 15 anos, especialmente filhos e netos de cooperados, e oferece uma experiência prática e educativa em fazendas.
O objetivo é fortalecer a sucessão familiar, transmitir conhecimentos técnicos sobre cuidados com animais e promover valores como responsabilidade e sustentabilidade.
Pontos de atenção na criação de bezerras leiteiras
Para Chirley Alves Santos Guidi, cooperada da Nater Coop, a interação proporcionada pelo Clube da Bezerra foi um divisor de águas para sua filha Ester Santos Guidi, uma menina de 11 anos diagnosticada com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
“Desde que trouxemos essa bezerra para o quintal, o TDAH da minha filha parece estar mais controlado. Ela se sente mais segura e até começou a ganhar peso”, relata Chirley.
Segundo ela, a presença do animal reduziu a ansiedade da filha, o que se reflete na melhoria de seu desenvolvimento emocional e físico.
Foto: divulgação Nater Coop
Juliana Maria Piassi, Gerente de Assistência Técnica da Nater Coop, destaca a importância de envolver os mais jovens na atividade rural. “Assim como a bezerra representa o futuro da produção leiteira, acreditamos que as crianças e adolescentes são o futuro da pecuária”, explica Juliana.
A gerente acrescenta que o programa é essencial para a preservação da tradição familiar e a sustentabilidade da pecuária leiteira na região.
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“No Espírito Santo, temos uma grande demanda por leite, mas poucas pessoas estão envolvidas na produção. Com o Clube da Bezerra, mostramos aos jovens que é possível obter rentabilidade e sucesso no campo.”
Além da criação de vínculos afetivos com os animais, o Clube da Bezerra inclui materiais educativos e uma história em quadrinhos para ensinar sobre o manejo de bezerras de forma lúdica.
Para Chirley, esse contato próximo trouxe à filha uma grande evolução emocional: “Vejo o quanto o Clube tem sido positivo para ela. Hoje, está mais calma e até reduzimos as sessões de psicologia. Esse projeto deveria alcançar mais crianças, pois o vínculo com os animais é uma ajuda valiosa para muitos problemas”.
É importante lembrar que o programa, apesar de benéfico, não substitui acompanhamento médico necessário.
