Com a ajuda dos extensionistas da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) de São Gabriel do Oeste, o pecuarista Flávio Guimarães aumentou em quatro vezes a produção de leite do seu rebanho nos últimos anos.
“Os resultados mal pagavam a mão de obra que eu tinha, o que me levava a ficar desmotivado”, recorda. Naquela época, nos meses com os melhores resultados, tirava em torno de 120 litros por dia. Na estiagem, o volume baixava para 60 litros.
Por outro lado, hoje ele está perto de bater a marca de 500 litros diários e planeja aumentar ainda mais o seu rebanho, focando em uma produção eficiente em quantidade e qualidade.
Ações e Melhorias
Quem chefiou o atendimento na propriedade foi o coordenador regional da Agraer de São Gabriel, Ivan Macena. Ele explica que Flávio não se enquadra como agricultor familiar, mas como médio produtor. Contudo, o atendimento foi possibilitado por um convênio com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Ao chegarmos na fazenda Roselândia, eu e uma colega da unidade local da Agraer, notamos que Flávio estava descrente que poderia mudar a partir de técnicas de manejo com o próprio rebanho. A propriedade expressava esse sentimento”, conta o extensionista.
O primeiro passo foi identificar a disponibilidade de pasto para o gado leiteiro. É preciso tê-lo em quantidade e qualidade nutricional para fomentar a produtividade.
“Mudamos um pouco o manejo dos animais e fizemos comida tanto para o período das secas quanto das chuvas. Começamos com a cana-de-açúcar enquanto melhorávamos as pastagens, implementando um sistema rotacionado de capim-mombaça”, explica Ivan.
Quando essas primeiras ações foram colocadas em prática, os extensionistas iniciaram o plantio do capim panicum, que “tem valores nutricionais mais altos, embora seja um cultivar exigente em fertilidade”.
Já no primeiro ano de trabalho da Agraer, Flávio já começou a sentir mudanças na produção de leite.
“Como eu venho de uma pecuária de corte extensiva, tinha dificuldades em adotar as tecnologias, uma certa resistência. Com o trabalho de extensão rural da Agraer, aos poucos fui adquirindo confiança e adotando as técnicas ensinadas, pois puder ver os resultados”, diz o pecuarista.
Atualmente, diz Ivan, a propriedade já trabalha com a silagem de milho e planta capim do tipo cynodon irrigado. “A propriedade vai continuar melhorando ainda mais, pois não paramos a assistência”.
Conforme o extensionista da Agraer, uma das vacas, a que produzia menos quando os trabalhos começaram, atingiu, pela primeira vez, a marca de 40 litros de leite diários, tornando-se símbolo da evolução proporcionada pelos trabalhos desenvolvidos na propriedade.