Técnico de campo do Senar Mato Grosso, Nogueira falou que no Brasil utiliza-se três modelos de pastejo. No contínuo, o pasto não possui divisões e não oferece água ou sombra suficiente para o animal. No pastejo protelado, os animais ficam sete ou mais dias em uma divisão até serem manejados para outra divisão, e assim por diante. Já no pastejo rotacionado, que está ganhando bastante popularidade entre os produtores, as áreas são divididas em vários piquetes que são submetidos a períodos alternados de pastejo e descanso. Os animais ficam um dia em cada piquete. Assim, a tendência é de que o rebanho se alimente melhor e a área seja melhor utilizada.
Dentre as vantagens do pastejo rotacionado, estão o melhor aproveitamento da forragem produzida, devido à maior uniformidade do pasto. Com isso as plantas forrageiras tem melhores condições de competir com as plantas daninhas. A produção de leite por hectare também tende a aumentar. Além disso, a capacidade de lotação do pasto aumenta, podendo chegar a 10 animais por hectare. Outro ponto importante é o menor gasto energético dos animais, já que eles andam menos em busca do alimento.
É importante salientar que na hora de definir como será feito o piqueteamento do pasto, o produtor leve em conta que os bebedouros devem estar posicionados de maneira estratégica. Este planejamento, aliás, requer a ajuda de um profissional da área – medida considerada fundamental por Nogueira. Além da localização dos bebedouros, também deve ser identificado o local mais próximo para a ordenha. A análise do solo também deve ser feita para identificar a eventual necessidade de correções. A escolha da forragem ideal também deve levar em conta o perfil do solo e a expectativas com o rebanho.
Quanto ao tamanho de cada piquete, Marcelo recomenda a utilização de uma planilha que pode ajudar neste dimensionamento. Nela devem ser inseridos dados como a quantidade de animais, o peso, tamanho da área e a forrageira utilizada. Todos esses fatores indicarão o tamanho e a quantidade de piquetes. Outro método é o “quadrado a lanço”. Nos dois casos, ele orienta que todo o trabalho seja feito sob a orientação de um profissional. Vale lembrar que para o produtor que tiver interesse, a Embrapa Agrossilvipastoril disponibiliza a tabela.
Exemplificando como “utilizar” o pasto piqueteado, Nogueira diz que o pecuarista precisa começar a ‘’rodar’’ o rebanho no piquete 1 no fim da segunda ordenha do primeiro dia (se houver 2 ordenhas na propriedade). No próximo dia, após a segunda ordenha, os animais vão para o piquete 2 e assim sucessivamente até completar o ciclo total dos piquetes. vale lembrar que após a saída desse animais de cada lote, o piquete deve ser adubado todos os dias. A altura do capim também é um dos fatores que requer atenção. Confira mais detalhes sobre a instalação do piqueteamento e veja como é possível dar início a este sistema na sua propriedade “sem precisar gastar muito”.