Trata-se da maior queda no número de ocupados nessa comparação desde o início da série histórica do Cepea, em 2012. Pesquisadores do Cepea indicam que esse cenário está possivelmente atrelado à pandemia de coronavírus. Apesar disso, pesquisadores ressaltam que a queda no setor foi menos acentuada que no Brasil como um todo, que foi de 10,71%, o equivalente a quase 10 milhões de pessoas.
Entre os perfis de trabalhadores, os mais afetados pela crise foram os tradicionalmente mais vulneráveis no mercado de trabalho: empregados sem carteira assinada, com menores níveis de escolaridade e mulheres.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, em geral, as perdas mais acentuadas no número de ocupações ocorreram no ramo agrícola, seja na agricultura dentro da porteira ou na agroindústria. Setorialmente, os destaques em reduções da PO foram: cana-de-açúcar, café, produção florestal e “outras lavouras” na agricultura, e vestuários e acessórios, produtos e móveis de madeira, massas e outros, papel e celulose e bebidas na agroindústria agrícola. Na agroindústria agrícola, apenas a indústria de óleos e gorduras vegetais apresentou aumento da PO, e para a indústria açucareira houve estabilidade.
No ramo pecuário, reduções foram observadas para pesca e aquicultura, bovinocultura e para a indústria de couro e calçados de couro. Ao contrário, o número de ocupações cresceu para as criações de suínos e aves e para a indústria de laticínios.
Rendimento
Entre os segundos trimestres de 2019 e de 2020, houve queda na média real de rendimentos para os empregadores e os trabalhadores por conta própria do agronegócio, de 8,8% e 7,4%, respectivamente. O segmento primário da agricultura se destacou com tendência contrária, de aumento de rendimento do trabalho. Na mesma comparação, o rendimento médio dos empregados no agronegócio aumentou (5,3%), provavelmente, refletindo uma mudança na composição da mão de obra assalariada no setor diante da pandemia, com as perdas de empregos mais concentradas nos vínculos informais e de menores rendimentos.