Os resultados foram apresentados em reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústria de Leite do Paraná (Conseleite-PR), realizado nesta terça-feira (25), de forma remota. O colegiado projetou uma oscilação positiva de 6,3%, com o valor de referência estimado em R$ 1,7245, para o leite entregue em maio a ser pago em junho. O índice é calculado a partir de todos os derivados comercializados e serve como base nas negociações entre produtores e as indústrias de leite.
O grande destaque do período analisado foi o queijo muçarela, cujos preços tiveram alta de 11,4% entre março e maio deste ano. Além disso, o produto respondeu por mais da metade (51,8%) do mix de comercialização. Ou seja, a valorização do item contribuiu para puxar para cima o valor de referência do leite.
“Produto mais importante do mix, o muçarela teve reajustes expressivos nas últimas três semanas. A alta é maior do que projetamos no mês passado e, com isso, os preços ultrapassaram os patamares do início do ano”, observou o professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UPFR) e um dos responsáveis pelo levantamento.
O leite UHT ampliou sua participação, respondendo por 22% do mix de comercialização. Apesar de ter tido pouca valorização (1%), o produto também contribuiu com a oscilação do valor de referência do leite.
Outros produtos que também tiveram peso significativo no mix, seguiram a mesma dinâmica e obtiveram valorização. É o caso do queijo prato, cujos preços subiram 5,5% e do leite em pó, com alta de 6,5%. Também representativo na cesta de itens, o leite spot permaneceu praticamente estável.
Nos produtos que tiveram comercialização menos expressiva, o desempenho também foi positivo, de forma geral.
Entre os queijos, o provolone teve alta de 1,4% e o requeijão, de 3,35%. A bebida láctea, por sua vez, teve valorização de 9,4%, atingindo o maior valor nominal em dois anos. O iogurte teve uma oscilação ainda maior, com os preços aumentando em 12,8%. A exceção foi o leite pasteurizado, que se manteve estável em relação aos preços praticados em março.
Apesar da recuperação do setor, os membros do Conseleite-PR destacaram que a alta dos custos de produção — principalmente, ante a disparada dos preços do milho —continuam preocupando os produtores e as indústrias. “Desde o ano passado, temos comentado que é um cenário de alerta. Temos que ter muita cautela e serenidade para atravessar essa tempestade, cujos efeitos devem se estender por pelo menos mais um ano”, observou o presidente do conselho, Ronei Volpi, que representa o Sistema FAEP/SENAR-PR no colegiado.