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3 out 2025
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Índice da FAO recua em setembro: queda de açúcar e laticínios compensa alta da carne bovina, que atinge novo recorde nos EUA.
Açúcar e laticínios compensam alta da carne e reduzem índice da FAO.
Açúcar e laticínios compensam alta da carne e reduzem índice da FAO.

Os preços globais dos alimentos registraram queda em setembro, impulsionados principalmente pela redução nos valores do açúcar e dos laticínios, que compensaram a alta da carne bovina.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira (3) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Paris, e reflete a oscilação do mercado internacional de commodities.

De acordo com o Índice de Preços de Alimentos da FAO, que acompanha uma cesta de commodities alimentares amplamente comercializadas, a média ficou em 128,8 pontos em setembro, contra 129,7 pontos revisados em agosto.

Apesar do recuo mensal, o índice segue 3,4% acima do registrado no mesmo período de 2024, embora ainda esteja cerca de 20% abaixo do pico histórico de março de 2022, atingido logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Açúcar no menor patamar desde março de 2021

A principal contribuição para a queda veio do setor açucareiro. O índice de preços do açúcar caiu 4,1% em setembro, atingindo o nível mais baixo desde março de 2021.

Segundo a FAO, essa redução foi sustentada por uma melhora nas perspectivas de oferta, impulsionada por uma produção maior que a esperada no Brasil, além de boas previsões de colheita na Índia e na Tailândia.

Esse movimento marca uma reversão significativa em relação ao comportamento recente do mercado, que havia alcançado um pico de dois anos em julho. A estabilidade observada em agosto agora cede espaço para um cenário de maior confiança no fornecimento global.

Laticínios também contribuem para a queda

O setor de laticínios também apresentou retração. O índice específico do segmento recuou 2,6% em relação a agosto, influenciado principalmente pela queda acentuada nos preços da manteiga.

Esse movimento está ligado às melhores perspectivas de produção na Oceania, uma região-chave para a exportação de derivados lácteos.

Com isso, produtos como leite em pó e queijos também sentiram os efeitos do aumento da oferta, o que ajudou a compensar a pressão exercida pelos preços da carne no índice global.

Cereais e óleos vegetais em baixa

O índice de cereais da FAO caiu 0,6% no comparativo mensal. O trigo recuou pelo terceiro mês consecutivo, reflexo das colheitas abundantes e da fraca demanda internacional.

No caso do milho, a queda foi reforçada pela suspensão temporária de impostos de exportação na Argentina, que ampliou a competitividade do grão no mercado internacional.

Já os óleos vegetais tiveram queda de 0,7%, resultado de preços mais baixos do óleo de palma e de soja, ainda que parcialmente compensados por aumentos nos óleos de girassol e colza.

Carne bovina sustenta recorde de preços

Na direção oposta, o índice de carnes apresentou aumento de 0,7% em setembro, alcançando um novo recorde histórico. O destaque ficou para a carne bovina, cujo preço foi impulsionado pela forte demanda nos Estados Unidos em meio a uma oferta doméstica limitada. A carne ovina também registrou valorização no mês.

Esse movimento reforça a tendência de que, enquanto setores como açúcar e laticínios caminham para maior estabilidade de oferta, as proteínas animais seguem pressionadas pela dinâmica de consumo em grandes mercados.

Um cenário de contrastes no mercado global

O desempenho de setembro mostra um quadro de contrastes no mercado global de alimentos: enquanto o açúcar atinge seu nível mais baixo em mais de quatro anos e os laticínios recuam pela melhora da oferta, a carne bovina alcança valores recordes, sustentando preocupações sobre a pressão inflacionária no segmento de proteínas.

A FAO reforça que o comportamento das commodities continuará sendo influenciado por fatores climáticos, políticas de exportação e demanda dos principais importadores, o que deve manter a volatilidade elevada nos próximos meses.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Investing

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