Os custos de produção da pecuária leiteira voltaram a subir em outubro. O Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), subiu 0,41% em relação a setembro/19, e o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE, o pró-labore e as depreciações, registrou elevação de 0,38%.
Os aumentos no COE e no COT estiveram atrelados, sobretudo, à valorização de 0,79% do concentrado, um dos principais componentes na formação dos custos das propriedades leiteiras no Brasil. A elevação nos preços dos concentrados, por sua vez, foi influenciada principalmente pelos aumentos das cotações de soja e de milho, que atingiram, em outubro, os maiores patamares desde outubro/18 e de maio/18, respectivamente, conforme Indicadores Esalq/BM&FBovespa da soja (Paranaguá/ PR) e do milho (Campinas/SP).
O resultado está diretamente relacionado à demanda firme pelos grãos nos mercados interno e externo, e pela restrição de vendedores. Além disso, a irregularidade das chuvas durante a maior parte de outubro prejudicou o plantio da safra verão, impulsionando os valores.
Outro fator que dificultou o fluxo de caixa das fazendas foi a redução da receita do produtor, devido ao menor preço do leite em outubro/19. Essa desvalorização da matéria-prima, associada ao avanço nos preços da saca do milho, prejudicou a relação de troca do pecuarista. Em outubro, foram necessários 30,44 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do cereal, 11,03% a mais que no mês anterior. No comparativo com outubro do ano passado, o poder de compra do produtor diminiu 20,35%.
Em compensação, os insumos destinados à adubação e à correção de solo recuaram 0,16% entre setembro e outubro. Dentre os estados pesquisados, Goiás apresentou a queda mais significativa nos preços, de 5,33%. Ademais, os suplementos minerais se desvalorizaram 0,29%, o que também contribuiu para deter o movimento de acréscimo do COE e do COT.