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14 jul 2025
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⚖️ Edward e Ludmila Smolyansky tentam substituir a CEO Julie e todo o conselho da Lifeway, em meio a disputas familiares e rejeição à oferta da Danone.
Lifeway. Apesar da instabilidade corporativa, os números do primeiro trimestre de 2025 mostram um desempenho positivo.
Apesar da instabilidade corporativa, os números do primeiro trimestre de 2025 mostram um desempenho positivo.

O embate pelo controle da Lifeway Foods, tradicional fabricante de kefir dos Estados Unidos, atingiu um novo ápice.

Os investidores Edward e Ludmila Smolyansky — respectivamente irmão e mãe da atual CEO Julie Smolyansky — apresentaram um pedido formal à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) para substituir todo o conselho da empresa, incluindo Julie.

Edward e Ludmila, que juntos controlam cerca de 23,2% das ações com direito a voto, argumentam que a atual gestão não atende aos interesses dos acionistas.

Eles propõem quatro ações principais: revogar mudanças nos estatutos feitas após 24 de março de 2023; destituir a diretoria atual; eleger sete novos diretores com experiência em governança, finanças e bens de consumo; e proibir a contratação de familiares imediatos do presidente ou CEO.

“O conselho atual não demonstra disposição para dialogar”, afirmou Edward. “É hora de acabar com um controle acomodado e egoísta, e trazer liderança que represente de fato os acionistas”.

Essa disputa familiar remonta a 2022. No ano passado, Edward e Ludmila já haviam solicitado a renúncia de Julie e da maioria dos diretores, alegando má gestão e baixo desempenho da empresa. Em agosto, chegaram a protocolar um pedido preliminar para reformular o conselho.

A crise ganhou um novo componente quando a Danone, que detém mais de 23% da Lifeway desde 1999, fez uma proposta para adquirir o restante das ações por US$ 25 cada — 59% acima da média dos três meses anteriores.

O conselho rejeitou a oferta, considerando-a subvalorizada. Em resposta, a gigante francesa aumentou sua proposta para US$ 27 por ação, com apoio de Edward e Ludmila, mas novamente foi recusada.

A tensão escalou quando a Lifeway concedeu quase 300 mil ações à CEO Julie sem o aval da Danone, levando a multinacional a entrar com um processo judicial em dezembro de 2024 por suposta violação de um acordo firmado em 1999.

A Lifeway contestou a validade do acordo com base na legislação de Illinois, e o caso segue em tramitação na Justiça local.

Em março deste ano, a empresa apresentou uma contra-ação, acusando a Danone de tentativa de aquisição hostil e alegando práticas predatórias. Nesse mesmo mês, Edward lançou oficialmente sua campanha para substituir o conselho.

Apesar da instabilidade corporativa, os números do primeiro trimestre de 2025 mostram um desempenho positivo: a Lifeway registrou receita líquida de US$ 46,1 milhões, um aumento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2024.

O lucro líquido chegou a US$ 3,5 milhões, representando um salto de 45,8%. Em maio, a empresa projetou EBITDA ajustado entre US$ 45 e US$ 50 milhões até o ano fiscal de 2027.

O embate entre os Smolyansky não é apenas uma disputa familiar, mas um reflexo de tensões estratégicas mais amplas sobre o futuro da Lifeway — entre manter o controle interno e abrir espaço para propostas externas que prometem crescimento e valorização.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Just Food

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