Em junho, os lácteos foram destaque na grande mídia, em função do forte e abrupto crescimento dos preços, ocorrido em poucos dias. O gatilho foi a divulgação pelo IBGE, na segunda semana de junho, da queda de 10,3% na captação de leite pelos laticínios, numa comparação entre o primeiro trimestre deste ano e de 2021. A escassez de oferta, que já era sentida, ficou materializada e suplantou a retração da demanda, que já vem ocorrendo desde abril, num ambiente em que o poder aquisitivo dos salários vem caindo.
No varejo, a inflação, medida pelo IPCA, acumulou 5,49% neste primeiro semestre do ano, enquanto o grupo Leite e Derivados teve elevação de preços quatro vezes maior e atingiu 22,38%. O Leite UHT acumulou variação de 41,77% em seis meses, ou sete vezes mais que a inflação do período. Queijos e Leite em Pó tiveram comportamento de preços próximos do IPCA semestral e foram de 10,36% e 7,53%, respectivamente.
Os preços no atacado atingiram cotações históricas. Os valores médios negociados ultrapassaram a barreira dos 20% de crescimento, considerando-se somente a segunda quinzena de junho. O litro do Leite UHT foi comercializado na primeira semana deste mês de julho a R$ 6,50 e o quilo do Queijo Mussarela R$ 43,28. O leite no mercado spot foi comercializado a R$ 4,16. Todos, com viés de alta.