Desde o nascimento, o ser humano é acostumado com o consumo de leite, que inicia com a ingestão do leite materno e, no decorrer da vida, é apresentado aos outros tipos do líquido.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano e com uma produção em 98% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades, empregando perto de quatro milhões de pessoas.
A nutricionista do Grupo Mateus, Larêssa Mendes, explica que o alimento traz uma série de benefícios à saúde por ser fonte de vários elementos importantes para o organismo. “O leite de vaca, por exemplo, é uma ótima fonte de cálcio, fósforo, magnésio e proteínas, ajudando no desenvolvimento dos ossos e músculos da criança”, afirma.
A especialista ressalta que o consumo recomendado é de três porções (três copos) de leite por dia, porém a média brasileira está abaixo do esperado. Esse fator pode comprometer os níveis de cálcio, principalmente no organismo das crianças.
Já na idade adulta, de acordo com Larêssa, quando o consumo do leite é feito de forma equilibrada, há uma série de benefícios à saúde. O problema passa a acontecer quando há um excesso na ingestão. “Entre 9 e 10% do leite integral tem gordura saturada, que é aquela gordura que faz mal para o coração.
Além disso, estudos recentes mostram que consumir leite além do recomendado pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como câncer de mama, câncer de próstata, câncer de bexiga”, destaca.
INTOLERÂNCIA À LACTOSE
Um levantamento feito pelo Laboratório Genera aponta que 51% dos brasileiros analisados têm predisposição para desenvolver intolerância à lactose, a condição considerada o tipo de intolerância alimentar mais comum em todo o mundo, e atinge, atualmente, cerca de 65% da população mundial.
Existe um mito associando o consumo de leite na vida adulta ao surgimento da intolerância, mas a nutricionista nega a informação e explica que ao nascer, por conta da amamentação, a atividade da lactase (enzima presente no corpo humano responsável por fazer a digestão da lactose, o açúcar no leite) no intestino é alta, trazendo para a microbiota intestinal uma série de microrganismos que auxiliam a reforçar a imunidade, garantindo valor nutricional e auxiliar no desenvolvimento dos órgãos, ossos e afins.
Entretanto, essa atividade da lactase declina gradualmente no corpo logo após o desmame.
Quando o organismo não produz ou produz em quantidade insuficiente a enzima chamada lactase, que quebra e decompõe a lactose (açúcar do leite), acontece o que conhece-se por intolerância à lactose, que é a incapacidade parcial ou total de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados
TIPOS DE LEITE PARA OS INTOLERANTES
A partir da descoberta da intolerância, uma série de mudanças precisam ser feitas na alimentação do indivíduo, o que não quer dizer que ele vai ficar sem o uso do leite, mas sim que algumas substituições precisarão ser feitas para evitar mal estar.
Entre as opções, está o leite comum sem lactose. “Esse tipo de leite é como o comum, no entanto, com um diferencial, que é a ausência do açúcar lactose. Ele é rico em cálcio, potássio, zinco, magnésio, além de vitamina A, K e o complexo B”, afirma a nutricionista.