Pela primeira vez na história, foi embarcada uma carga de leite brasileiro para a China, de acordo com o presidente da Central Cooperativa Gaúcha Ltda. (CCGL), Caio Vianna. O volume foi relativamente pequeno, um palete levado por via aérea, mas que vai servir como amostra para que a importadora asiática apresente o produto do Brasil aos chineses.
Vianna explica que foram embarcados leites em pó integral, desnatado, semidesnatado e integral zero lactose. “Foi um pequeno volume, mas os trâmites necessários para conseguir ingressar com o produto na China serviram como expertise para nós”, disse.
Apesar disso, ele conta que algumas questões ainda precisam ser afinadas, principalmente tarifárias junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e Ministério de Relações Exteriores. “Hoje o Brasil tem uma taxação de 10% sobre o leite exportado para a China, enquanto a Nova Zelândia, por exemplo, de onde a China importa 50% do leite, tem uma tarifa média de 4%. Precisamos que o Governo Federal trabalhe em um acordo bilateral para que tenhamos tarifas melhores e um produto competitivo com boa rentabilidade para a indústria e produtores”, afirmou.
Há outras questões burocráticas que também precisam ser aprimoradas, segundo Vianna, e que devem facilitar embarques de volumes maiores. “Temos uma negociação de dois contêineres de leite em pó para a China, mas é preciso avançar nestas questões para que o mercado de exportação de leite brasileiro prospere”, pontuou.