Mesmo reconhecendo a importância de incentivos fiscais e programas governamentais para aquecer a comercialização de produtos lácteos, apenas 37,5% das cooperativas de leite são enquadradas dentro do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Outras 62,5% estão fora do benefício.
A maioria das cooperativas também não está inserida nos programas do governo, como o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) ou no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
O mesmo ocorre com as indústrias de laticínio. Apenas 25% estão no Prodeic, 8% estão no PNAE. Os dados foram apontados na pesquisa “Diagnóstico da Cadeia Leiteira em Mato Grosso” realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) juntamente com a Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite-MT).
Ao todo, o Estado tem 8 cooperativas de leite e 24 indústrias de laticínios em MT. Os incentivos e os programas governamentais têm como objetivo auxiliar na comercialização dos derivados lácteos. No caso do PNAE, o programa visa oferecer produtos lácteos na alimentação escolar e fidelizar a compra pelo governo. Nesse senti do, somente 33,33% das indústrias de lácteos do Noroeste e do Oeste de Mato Grosso estão inseridos.
“É importante destacar que grande parte das indústrias não utilizam os benefícios fornecidos pelos programas do governo, como o PNAE e Prodeic, que têm como objetivo auxiliar na comercialização. Contudo, eles reconhecem que os incentivos governamentais e linhas de crédito voltados aos produtores são essenciais para a transformação e melhorias das indústrias de laticínios no estado”, comentou o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.
As cooperativas de leite de Mato Grosso costumam comercializar os derivados lácteos dentro do próprio estado, apenas 25% enviam produtos para outros estados nacionais.
O estudo se deu por meio de pesquisa exploratória e descritiva, tendo a coleta de dados realizada através de levantamento de campo e contando com a participação de 2.548 entrevistados, entre produtores de leite, indústria de laticínios, cooperativas de leite e varejo.
O Imea identificou que o perfil do pecuarista leiteiro de Mato Grosso é caracterizado majoritariamente pelo gênero masculino, representando 70,67% do total entrevistado, e com idade entre 41 e 72 anos (65% da amostra), sinalizando o envelhecimento dentro da porteira.
De acordo com a caracterização da propriedade, 66,32% da média de produtores de Mato Grosso possui área de até 30 hectares destinada à produção de leite e 56,90% apresentam produção média de até 100 litros/dia em período de águas, o que caracteriza produtores de pequena escala. Além disso, 63,57% dos produtores de leite não realizam planejamento da produção e, dos que realizam, 74,92% fazem uso apenas do planejamento no curto prazo, o que sinaliza dificuldade na gestão da atividade.
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