O melhoramento genético do rebanho leiteiro tem por objetivo obter animais que agrupem características de maior produção de leite por lactação, longevidade (muitas lactações) e maior qualidade do leite produzido.

O melhoramento genético do rebanho leiteiro tem por objetivo obter animais que agrupem características de maior produção de leite por lactação, longevidade (muitas lactações) e maior qualidade do leite produzido. Mas, para iniciar um programa de melhoramento deve-se avaliar cuidadosamente a situação de cada produtor e propriedade.

Preço – O preço de mercado do leite é um fator importante ao se definir os objetivos da seleção. Por exemplo: uma fração do preço do leite pago corresponde à qualidade, então, o produtor deve optar por uma genética que proporcione este objetivo. Deve investir naquilo que trará melhor remuneração para a propriedade. “Lembrando que os objetivos de seleção não devem ser alterados no decorrer dos anos para que tenhamos um efeito acumulativo sobre as gerações, com maiores ganhos genéticos ao longo do tempo”, explica a supervisora do Fomento Leite da Copagril, Caroline Hoscheid Werle.

Seleção – “É importante selecionar as melhores vacas do rebanho e fazer o uso da inseminação artificial com touros que realmente favorecerão a resolução dos problemas encontrados na propriedade”, ressalta Roberto Ottaviano, zootecnista. Ele explica que o adequando é eleger de 3 a 5 critérios de correções, e destes, utilizar 70% na parte funcional.

Produção e longevidade – Se o produtor pretende aumentar a produção, deve lembrar que a genética será estabelecida a longo prazo. No caso da longevidade (tempo de produção) e conformação, deve entender que o objetivo não é só obter vacas que vivem mais, mas sim obter animais com mais idade acompanhada por alta produção de leite. Entretanto, não devemos selecionar somente para longevidade, pois muitos fatores podem influenciar a característica e na maioria das vezes estes fatores não têm natureza genética. A herdabilidade da vida de rebanho é de 8% (baixa herdabilidade).

Cálculo – Além disso, são necessários de 7 a 8 anos para que as filhas de um touro completem a vida dentro de um rebanho, que é o tempo necessário para calcular de maneira confiável a capacidade prevista de transmissão estimada para estes touros. Passado este período de tempo, o touro pode até já estar morto, ou o mérito genético deste touro pode ter sido ultrapassado por outros touros mais jovens.

Fatores – “Na realidade, a longevidade de vacas em muitos rebanhos depende principalmente de três fatores: não ter casos sérios de mastite, não ter problemas sérios de reprodução (habilidade para reproduzir-se) e ter produção de leite aceitável para o produtor”, comenta a médica veterinária.

Gordura e proteína – Sobre a quantidade e porcentagem de gordura e proteína, Roberto destaca que é muito importante selecionar touros que tem essa qualidade. Sobre gordura e proteína especificamente, “quando pensamos em exportações, vamos exportar em quilograma de gordura e proteína, por isso, a importância do melhoramento genético”.

Tipo funcional – Quando o produtor resolve fazer a seleção para o tipo funcional: úbere, pernas e pés, deve observar que as características de conformação, geralmente não são bons preditores de longevidade. Pesquisas mostram que a seleção do touro deve ser feita baseada nas características de produção e, secundariamente, em características de conformação. “Dentre todas as características de conformação, as características de úbere e em particular o posicionamento dos tetos, profundidade do úbere e inserção de úbere, são mais associados com longevidade. Pesquisas mostram que vacas com profundidade de úbere média ficam no rebanho mais tempo que vacas nos dois extremos (úbere raso e úbere profundo). Isto acontece, pois, vacas com úbere raso tendem a produzir menos leite e vacas com úberes muito profundos estão mais predispostas à mastite e a acidentes físicos”, descreve Caroline.

Discussão – A escolha entre vacas de grande porte ou vacas de pequeno porte é uma discussão em todo o mundo. Caroline explica que o tamanho do animal depende de componentes genéticos e de ambiente. “Vacas maiores comem mais e, portanto, produzem mais. Porém, o tamanho não está intimamente relacionado com maiores produções de leite. Em outras palavras, a seleção para maior produção de leite não necessariamente aumenta o tamanho corporal”, lembra.

Descarte – “Escolher touros com bastante longevidade, para vacas com um número maior de lactações e maior produção de leite em sua vida produtiva; podendo desta forma, fazer um descarte voluntário, descartando as vacas que apresentam maiores problemas dentro do rebanho. Um rebanho que tem vida produtiva longa, também terá mais fêmeas, podendo assim, selecionar as melhores pelo valor genético de suas mães ou por um processo de genotipagem, formando um plantel que realmente seja muito produtivo”, comenta o Roberto.

Escolha adequada – “Hoje a inseminação artificial é a tecnologia mais aplicada na reprodução animal e o objetivo é poder utilizar touros com alto valor zootécnico. Quando usamos monta natural, temos a certeza do resultado somente após 6 anos e nem sempre é o esperado. Hoje a maioria das empresas de inseminação, oferecem touros com uma confiabilidade mínima de 75%, isso significa que o produtor tem um ganho de 6 anos”, explica Ronaldo Luis Tonin, médico veterinário da Evolution do Brasil. Ele também explica que os touros são selecionados para vários tipos de manejo: produção a pasto, confinamento, propriedades com robô, produção de leite, sólidos e funcionalidade. Por isso é muito importante identificar o perfil de cada propriedade e a utilização dos mesmos de acordo com a necessidade.

Identificação – Cabe ao produtor identificar seus objetivos produtivos, traçar as metas de melhoramento genético e trabalhar para obter os resultados. A equipe de assistência técnica da Copagril está disponível para sanar dúvidas e fornecer maiores esclarecimentos sobre o assunto.

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