Segundo Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal, situação já impacta no preço nas nove regiões produtoras no estado.
Trabalhadores rurais e produtores de queijo artesanais das regiões do Alto Paranaíba e Centro-Oeste de Minas Gerais foram afetados pelas restrições impostas para conter a transmissão do coronavírus. Essa mudança gerou perda nas vendas, acúmulo de peças nas queijarias e demissões de funcionários. O produtor Alexandre Honorato, de Araxá, que venceu recentemente um concurso internacional de queijos na França, aumentou a produção para 200 peças por dia de queijo após a competição. Mas, as vendas pararam por causa da pandemia. Agora, as prateleiras já estão cheias há três semanas. Por isso, a fabricação e a venda dos queijos maturados, que são mais lucrativos, deixaram de ser prioridade.
 
“Os queijos maturados a venda zerou. De empório, queijo mais fino, não vende nada. Acredito que nós vamos vender queijos mais novos, um queijo com um valor menor e eu estou destinando um pouco da minha fabricação para queijo de maturação mais longa, o queijo que eu deixo maturar de 6 meses para frente, para tentar vender lá na frente”, explicou.
 
De acordo com o presidente da Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo), João Carlos Leite, por causa essas mudanças no comércio dos queijos, muitas propriedades mudaram a forma de renda para se manterem durante esse período. Ele ainda afirmou que a situação já impacta no preço nas nove regiões produtoras no estado.
 
“O preço do queijo é a oferta e demanda. Não tem demanda, a oferta está em alta, o preço cai. Nós estamos vivendo esse momento triste para nós produtores. Claro que nós estamos tomando nossas medidas, reduzindo a produção de queijos, baixando o preço, criando alternativas de venda on-line, para tentar sobreviver diante desse novo mercado.”
 
Para baixar os custos, o produtor Guilherme Ferreira, de São Roque de Minas, no Centro-Oeste do estado, também diminuiu a ração das vacas. A ideia agora é planejar o futuro para tentar se manter no mercado.
 
“Estamos garantindo a seca, picando milho para a silagem e firme e forte aqui tirando leite todo dia. Infelizmente tivemos que dispensar um dos funcionários para baixar custo e pra ele voltar pra casa também, porque ele era de fora. As prateleiras já estão cheias de queijo, estamos aguardando que tudo acabe bem e que todos possam voltar à normalidade”, disse Guilherme Ferreira.

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A relação entre segurança alimentar e negócios tem ganhado força, já que um descompasso do lado da oferta afeta negativamente a demanda.

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