Deputados avaliam que rendimento de produtores é baixo.
Foto: Ronaldo Mazza

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis infrações de ordem econômica na cadeia produtiva do leite e seus derivados no estado ouviu, nesta quarta-feira (22), o presidente do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite de Mato Grosso (Conseleite/MT), Antônio Bornelli Filho, e o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileira (OCB/MT), Frederico Azevedo.

Entre os principais questionamentos dos deputados Dr. Eugênio (PSB) e Gilberto Cattani (PL), presidente da CPI, está a questão do valor de remuneração dos pequenos produtores de leite. De acordo com Antônio Bornelli Filho, a situação dos donos de indústrias também não é boa.

“Os gastos cresceram demais, a gente sofre. É preciso que os produtores cheguem mais perto da indústria para diminuir essa desconfiança, porque não conseguimos vender pelos preços altos vistos no comércio”, defendeu o presidente do Conseleite. Ele também reclamou dos gastos que tem para fazer o controle de qualidade dos produtos.

Já Frederico Azevedo apontou que muitos pequenos produtores cooperados não participam de decisões tomadas pelas cooperativas. “O preço do leite também é discutido internamente. Tem de ter participação. Quando há mais conhecimento sobre saúde financeira, há menos conflitos”, afirmou o superintendente da OCB em Mato Grosso. Segundo dados da organização, no estado há nove cooperativas de agrolácteos, com mais de 6800 cooperados e mais de 900 empregos diretos gerados.

O presidente da CPI, deputado Gilberto Cattani, também falou sobre a criação do Índice do Leite Cru. A proposta está sendo estudada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na visão do parlamentar, a medida vai garantir transparência no preço pago aos produtores de leite.


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