Nesta segunda-feira foi lançado em Fortaleza, CE, o Instituto Luiz Girão, iniciativa da Betânia Lácteos, maior indústria de lácteos do Nordeste, para fomentar e desenvolver a pecuária de leite regional de forma sustentável e valorizar a figura do produtor familiar nordestino. Ele vem ao encontro da necessidade dos produtores instalados no semiárido do Nordeste, uma das regiões com os IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixos do Brasil e com toda a dificuldade relacionada às condições climáticas e sociais.
A concepção do Instituto, que leva o nome do fundador da Betânia, foi inspirada no sistema de ODS da ONU, uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, redução das desigualdades, etc.
As ações do Instituto serão baseadas em três pilares essenciais: Econômico/Prosperidade da Cadeia: ações de profissionalização da cadeia produtiva para aumento de renda; Social/Valor em Ser do Campo: serviços básicos, valorização, consciência de seu papel e importância, sucessão rural e Ambiental/Garantia de Recursos Futuros: respeito e conservação da Caatinga e o bem-estar animal.
A Betânia possui diversas iniciativas de valorização do produtor leiteiro local, com quem possui uma relação que extrapola a comercial. E que agora, através do Instituto, serão potencializadas. São mais de 3.500 famílias pecuaristas dos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia e Sergipe em ações como a melhora da qualidade do leite, o incentivo ao uso de tecnologia no campo, o planejamento forrageiro e reserva alimentar, microcrédito, assistência técnica e de gestão da fazenda, garantia de compra de toda a produção e a escola do Leite para formação de mão de obra qualificada. “Além de todas estas ações, só a Betânia compra mais de 830 mil litros de leite/dia destes pecuaristas, o que significa R$ 25 milhões/mês. São cerca de R$ 1,5 milhão de renda injetada no Nordeste diariamente, além dos postos de empregos – a cada 50 litros de leite captado, um emprego é gerado no NE. E nossa meta para 2020 é impactar ainda mais mil famílias.”, explica o presidente do Instituto, David Girão.
O Instituto foi criado para proporcionar perspectivas melhores aos produtores e longevidade para a produção de leite no Nordeste. “Além de ajudar o produtor a profissionalizar a sua produção com inovação e melhorias técnicas, nossa missão é contribuir para educação e levar conhecimento para o campo”, explica David.
Palma e Milkcoin
O estímulo da cultura da Palma na região é também uma das principais apostas do Instituto. “O plantio da palma necessita de pouca água e é ideal para cultivo no semiárido nordestino. Além disso, a planta é considerada um alimento de altíssimo nível nutricional. Se estimularmos este processo agora, em 10 anos teremos conseguido resolver o problema de volumoso (alimento do gado) no Nordeste”, afirma o presidente.
Uma outra ação do Instituto é o financiamento de novilha usando o milkcoin, pagamento em leite com prazo determinado, em média de um ano. Ainda na linha de financiamento, o Instituto ofertará acesso a celulares e internet a preço de custo”.
No início das atividades do Instituto, a Betânia ainda será um importante pilar financeiro do projeto, mas de acordo com David Girão, o Instituto já nasce com o apoio de importantes parceiros. “Queremos seguir ampliando ainda mais esta rede colaborativa. Estamos muito otimistas com o futuro da nossa região e com o impacto que traremos para a vida de mais famílias do campo”, conclui.
Era digital e sustentabilidade
Para facilitar ainda mais o acesso e comunicação entre produtores e a empresa, a utilização da tecnologia tornou-se muito importante, transformando-se em ferramenta diária de trabalho. Até hoje são mais de mil produtores conectados nos quatro estados. Através de um aplicativo é possível informar volume de leite entregue, sua qualidade e ainda controlar as finanças e gestão de materiais, como compra de ração e silagem. Por meio do Instituto, queremos expandir e tornar essa comunicação ainda mais ágil e rápida”, completa Girão.
Betânia Lácteos