Objetivo é dispor de terneiros para aproveitar as oportunidades no mercado da carne nestes tempos de altos custos de produção

Objetivo é dispor de terneiros para aproveitar as oportunidades no mercado da carne nestes tempos de altos custos de produção

 

Mesmo que os preços recebidos  tenham crescido quase 20% durante este ano, o aperto na margem de lucro decorrente da disparada nos custos está levando o produtor de leite a uma prática pouco usual, a inseminação de vacas leiteiras com sêmen de gado de corte para produção de terneiros e aproveitamento das oportunidades no mercado de carne. O assunto foi debatido ontem, na última reunião de 2020 do Conselho Paritário entre Produtores e Indústria de Laticínios (Conseleite), que anunciou o valor projetado de R$ 1,5658 para o litro do leite ao produtor em dezembro, 2,74% maior que o consolidado de novembro, de R$ 1,5240.

O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, esclarece que a projeção de preços mais elevados se deve à escassez de leite na rede de captação. Segundo o dirigente, a recuperação do valor era esperada, assim como a diminuição de oferta, pressionada pela alta de custo e pela mudança de rota de alguns criadores. “O produtor tem feito as contas e visto vantagens no mercado de carnes, por isso as decisões de entregar matrizes mais velhas para o abate e inseminar as vacas com sêmen de gado de corte”, aponta. Rizzo ressalva que as decisões radicais ainda não podem ser vistas  como  tendência, mas reconhece que não deixam de preocupar, já que comprometem o rebanho, de ciclo longo e não tão fácil de recompor.

Eugênio Zanetti, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) destaca que o aumento real no preço do leite pago ao produtor em 2020 – de 19,67%, conforme o levantamento do Conseleite – perde para alta no custo de produção, próxima  dos 25%. Ressalta ainda que a entidade espera que os bons preços ao produtor se mantenham em 2021 e que melhore a relação com os custos. “Mesmo com o preço mais alto deste ano, o produtor está com margem de lucro menor que em 2019”, complementa.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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