ESPMEXENGBRAIND
7 ago 2025
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Crianças conduzem suas bezerras na pista e produzem queijo colonial em iniciativa que incentiva a sucessão rural e valoriza o leite em Francisco Beltrão.
Clube da Bezerra: crianças se destacam na produção leiteira e no queijo artesanal em Francisco Beltrão (PR)
Clube da Bezerra: crianças se destacam na produção leiteira e no queijo artesanal em Francisco Beltrão (PR)

O Clube da Bezerra, promovido pela Prefeitura de Francisco Beltrão, no Paraná, mostrou mais uma vez como é possível unir educação, sucessão rural e valorização da cadeia leiteira.

Em sua edição de 2025, o projeto reuniu mais de 30 crianças, filhas de produtores rurais do município, que cuidaram de bezerras da propriedade da família, treinaram para julgamento técnico e até produziram seus próprios queijos coloniais — tudo sob orientação especializada.

O objetivo do programa é claro: despertar o interesse das novas gerações pela atividade leiteira, fortalecendo os laços com a vida no campo e garantindo a continuidade da produção familiar.

“A Via Tecnológica do Leite é o momento de todos mostrarem a sua dedicação nas últimas semanas. É uma forma de envolver ainda mais as crianças nas atividades da família e despertar o interesse pela produção de leite, afinal, eles são o futuro da atividade”, destacou a secretária municipal de Agricultura, Denise Chiapetti Adamchuck.

Julgamento técnico com bezerras e formação desde cedo

Durante o evento, realizado no sábado (26), as crianças apresentaram seus animais na pista de julgamento da Via Tecnológica do Leite. As bezerras foram avaliadas com base em critérios técnicos de produtividade, longevidade e capacidade reprodutiva — os mesmos utilizados em julgamentos oficiais da pecuária leiteira.

Além da conformação dos animais, também foi analisada a postura dos pequenos condutores na pista, a forma como guiavam as bezerras e o preparo geral para a apresentação.

Divididas em três categorias, as crianças concorreram a premiações, com destaque para Luiz Henrique Hellmann, do distrito de Jacutinga, que venceu com a Bezerra Rrainha. O segundo lugar ficou com Welington Bortolini, da Barra do Jacutinga, com a Bezerra Princesa 2.0.

Iniciação à agroindústria: os pequenos também fizeram queijo

Uma das novidades mais saborosas deste ano foi a inclusão de uma oficina de produção de queijo colonial, produto tradicional do Sudoeste paranaense e agora reconhecido com Indicação Geográfica (IG).

Em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), as crianças aprenderam os primeiros passos da fabricação artesanal e levaram para casa suas peças para maturação.

Durante um mês, elas acompanharam o processo de cura e, ao final, uma comissão avaliadora analisou os queijos com base em critérios sensoriais — como sabor, textura e aroma. A grande vencedora do concurso foi Pâmela Vandresen, da comunidade de Nova Concórdia.

O segundo lugar ficou novamente com Welington Bortolini, que mostrou talento tanto na pista quanto na queijaria.

Reconhecimento e incentivo: todos saem premiados

O encerramento do evento foi marcado por um gesto simbólico e motivador: todas as crianças participantes foram presenteadas com uma bicicleta.

A premiação contou com a presença do prefeito Antonio Pedron, da vice-prefeita Lurdinha Bertani, da primeira-dama Rose Pedron e representantes das instituições parceiras da Via Tecnológica do Leite, entre elas o IDR-PR, Governo do Estado, Acefb, Cresol, Rumo, Agrária, Alfa e Coasul.

A ação visa reforçar que, além da competição saudável, o mais importante é o envolvimento e o aprendizado que cada participante leva para a vida. O exemplo do Clube da Bezerra mostra que o futuro do leite brasileiro passa, sim, pelas mãos das novas gerações — e começa com iniciativas simples, mas carregadas de significado.

Formação para o futuro do agro

Projetos como o Clube da Bezerra reforçam a importância de investir em educação rural e sucessão familiar no campo.

Num momento em que muitos jovens se afastam da atividade agrícola, iniciativas como essa revelam caminhos possíveis para resgatar o orgulho da produção leiteira e preparar futuros produtores mais conscientes, capacitados e conectados com o valor da terra.

Além disso, a integração com instituições de ensino e pesquisa, como a UTFPR, demonstra a força da articulação entre poder público, academia e produtores, gerando experiências práticas desde a infância.

O queijo colonial com IG, por sua vez, é uma oportunidade concreta de agregar valor à produção leiteira regional e mostrar às crianças que, além de ordenhar vacas, é possível transformar o leite em alimento de qualidade e reconhecimento nacional.

Francisco Beltrão planta, assim, mais do que forragem: planta sementes de futuro — e colhe crianças sorrindo com suas bezerras, seus queijos e suas bicicletas.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Prefeitura de Francisco Beltrão

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