ESPMEXENGBRAIND
15 out 2025
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🚜 Agricultores protestam contra preços abaixo de R$ 2 por litro e pedem medidas urgentes do governo.
Crise. O Paraná, segundo maior produtor de leite do Brasil, enfrenta uma retração significativa na atividade.
O Paraná, segundo maior produtor de leite do Brasil, enfrenta uma retração significativa na atividade.

A crise do leite no Sudoeste do Paraná chegou a um ponto crítico, levando produtores rurais ao limite financeiro e emocional.

Em protesto realizado na terça-feira (14), no trevo de acesso a São Jorge D’Oeste, agricultores, lideranças cooperativistas e representantes políticos de diversos municípios da região se reuniram para exigir soluções imediatas diante da drástica queda no valor pago pelo litro de leite.

Segundo informações do Portal Educadora, em muitos casos o preço recebido pelos produtores está abaixo de R$ 2 por litro, enquanto os custos de produção – ração, medicamentos e energia elétrica – continuam em alta. A insustentabilidade econômica do setor tem levado centenas de famílias rurais a reduzir investimentos e, em alguns casos, a abandonar a atividade.

📉 Reivindicações: preço mínimo e controle das importações

Os manifestantes apresentaram uma pauta de reivindicações clara: a criação de um preço mínimo nacional para o leite, uma subvenção direta de R$ 0,30 por litro por um período de 90 dias e a limitação da entrada de produtos lácteos importados do Mercosul.

“Tem produtor recebendo menos de R$ 2 por litro, e quando vai comprar a ração, o medicamento, nada baixou. Queremos chamar a atenção das autoridades, vereadores, prefeitos, deputados, senadores e o presidente, todos precisam estar unidos pela nossa classe”, afirmou Lucas Daniel Felizardo, presidente da Cooperativa de Leite da Agricultura Familiar (Claf) de Dois Vizinhos.

Para Felizardo, a crise não faz distinção entre pequenos e grandes produtores. “Toda vez que levamos uma pauta aos políticos, eles dizem que apoiam o agricultor, mas queremos ver quem realmente está conosco. Fazer discurso bonito é fácil. O nosso problema está tirando o sono de todos”, completou.

⚠️ Impacto generalizado no campo

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) de Dois Vizinhos, Silvio da Silva, reforçou a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa sobre a entrada de leite importado. Ele destacou que o produto estrangeiro tem pressionado o preço pago ao produtor nacional, sem gerar benefício ao consumidor final.

“Não sei se é a entrada do produto do Mercosul que está nos complicando, mas sabemos que existem regras. O problema é que, na prática, a fiscalização não é suficiente. É preciso controlar a entrada do leite em pó e acabar com a reidratação”, afirmou.

Silvio também propôs medidas para estimular o consumo interno, como a inclusão do leite e seus derivados na merenda escolar e em programas sociais de distribuição de renda. Segundo ele, isso ajudaria a ampliar a demanda e a dar fôlego aos produtores.

🏪 Quem lucra com o leite?

Uma das principais queixas dos agricultores é a diferença entre o preço pago ao produtor e o valor cobrado nas prateleiras dos supermercados. “O consumidor continua pagando praticamente o mesmo preço de quando o litro era R$ 3,50, mas agora o produtor recebe pouco mais de R$ 2. Quem fica com esse lucro?”, questionou Silvio.

🌾 O cenário no Paraná e no Brasil

O Paraná, segundo maior produtor de leite do Brasil, enfrenta uma retração significativa na atividade. Nos últimos meses, diversas propriedades reduziram a produção ou encerraram totalmente suas operações. O desânimo tem se espalhado pelo interior do estado, especialmente entre os agricultores familiares, responsáveis por grande parte do volume produzido.

Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país vem registrando queda contínua na captação de leite cru, enquanto as importações do Mercosul seguem em crescimento. Essa combinação tem intensificado a pressão sobre o mercado interno, reduzindo a rentabilidade do produtor e agravando a instabilidade do setor.

🗣️ Um pedido de socorro coletivo

O movimento no Sudoeste do Paraná simboliza um pedido de socorro coletivo de uma categoria que enfrenta, ao mesmo tempo, o aumento de custos, a queda de preços e a ausência de políticas públicas eficazes.

“Não importa de onde venha a ajuda, mas que o problema seja resolvido”, concluiu Lucas Felizardo, expressando o sentimento de urgência compartilhado por milhares de famílias que vivem do leite no interior do estado.

A mobilização teve apoio de cooperativas, sindicatos e associações regionais, e busca sensibilizar os governos estadual e federal sobre a gravidade da situação. O setor leiteiro paranaense, um dos mais produtivos do país, pede medidas que garantam a sobrevivência da atividade e evitem o êxodo rural.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Gazeta do Paraná

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