Sobre o futuro, num horizonte de cinco anos, os produtores dizem que querem aumentar a produção (54,7%), melhorar a genética do rebanho (43,77%), aumentar o rebanho (35,20%) e investir em novos equipamentos e automação (20,24%).
Produtor. Os dados da pesquisa sobre produção de leite foram expostos em seminário na Amsop.
Os dados da pesquisa sobre produção de leite foram expostos em seminário na Amsop.

Apesar dos percalços da pecuária leiteira, um estudo realizado entre junho e agosto de 2023 pelos extensionistas do IDR-PR em várias regiões do Estado apontou dados interessantes: o pessoal reclama dos custos de produção, mas quer seguir investindo na atividade leiteira.

 

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A apresentação do relatório aconteceu num seminário regional dia 16 de abril, na Amsop, em Francisco Beltrão, com a participação da Seab, IDR-PR, Faep, Fetaep, Fetraf-Sul, secretarias municipais de Saúde, cooperativas, prefeitos e produtores de leite.

O estudo conclui, com base nos dados levantados nas propriedades entrevistadas, que os principais desafios são o alto custo da atividade (75,28%), a baixa lucratividade (69,61%), a falta de valorização da atividade (48,06%), a elevada carga de trabalho (26,83%), problemas com a sucessão familiar (25,71%) e a pressão da sociedade pelo baixo preço do leite no varejo (22,21%).

Sobre o futuro, num horizonte de cinco anos, os produtores dizem que querem aumentar a produção (54,7%), melhorar a genética do rebanho (43,77%), aumentar o rebanho (35,20%) e investir em novos equipamentos e automação (20,24%).

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Duas visões sobre a cadeia leiteira

Apesar do aumento na produção de leite, principalmente nas propriedades que adotam os sistemas intensivos, a chefe do núcleo da Seab de Francisco Beltrão, Denise Adamchuk, defende o sistema de produção de leite a pasto, pelo seu baixo custo, a boa saúde dos animais e pela qualidade em proteína e gordura do leite. “No futuro, os laticínios vão pagar pela proteína e gordura”, afirma.

A chefe do núcleo ressalta que o uso da silagem e ração podem ser usados na alimentação do gado leiteiro nos momentos de baixa produção – meses de outono e inverno. Denise, no entanto, ressalta que há espaço, na atividade, para os dois sistemas: compost barn/free stall e a pasto.

O secretário municipal de Agricultura de Francisco Beltrão, Claudimar de Carli, avalia que a concentração da atividade em menos propriedades e o aumento da produção é uma tendência. Nos últimos seis anos, de acordo com Claudimar, 35,5% das propriedades rurais da região que produziam leite deixaram a atividade. “Em compensação, a produção aumentou quatro por cento”, sublinha.

 

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A perspectiva é que continue aumentando o número de vacas leiteiras em menos granjas e a mecanização, pela falta de trabalhadores no campo e alto custo da mão de obra. Claudimar resume sua análise dizendo que, “infelizmente, o mercado não tem coração”.

O Acordo Mercosul-UE abre novas oportunidades para a indústria láctea brasileira, com eliminação de tarifas e desafios regulatórios em sustentabilidade e segurança alimentar.

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