- Em 2022, a alta real foi de 19,8% até junho;
- O preço do leite captado em maio e pago aos produtores em junho registrou aumento de 4,6%;
- Um dos fatores responsáveis pelo o aumento é a guerra na Ucrânia.
De acordo com a pesquisa ainda em andamento feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) o valor de produção do produto confirmará, neste mês, a lógica de aumento registrada ao longo do ano. Em 2022, a alta real foi de 19,8% até junho.
O preço do leite captado em maio e pago aos produtores em junho registrou aumento de 4,6% frente ao mês anterior (a quinta alta consecutiva), chegando a R$ 2,68 por litro na “Média Brasil” líquida do Cepea.
A alta – que atinge também o preço dos ovos – é causada por alguns fatores, segundo o professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Kanter. O professor credita ao clima mais seco, tradicional do período de entressafra, prejudicando a qualidade das pastagens; aumento dos custos de produção, por causa de diversas questões, como a seca, a Guerra na Ucrânia – país que é grande importador do milho, usado em ração -, bem como a alta dos fertilizantes – fornecidos em maior proporção pela Rússia; mercado mais atrativo para o comércio de carne do animal, do que o leite e os ovos, principalmente com a alta do dólar – que melhorou a remuneração da exportação.
Geraldo Borges – presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite – afirma que, além de reduzir o volume do produto, a alta dos custos de produção fez com que muitos produtores saíssem da atividade.
Mesmo com a pesquisa do Cepea apontando aumento de 30,2% nas importações de lácteos no período compreendido entre maio e junho, a quantidade total de leite adquirido no primeiro semestre caiu 34,41% em relação aos seis primeiros meses de 2021.