Os custos de produção pressionaram o setor leiteiro ao longo de 2020. No ano, até novembro, o COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira, na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), acumula alta de 21,86%.
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Foto: Alcides Okubo Filho/Embrapa

Os custos de produção pressionaram o setor leiteiro ao longo de 2020. No ano, até novembro, o COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira, na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), acumula alta de 21,86%. É que mostra o Boletim do Leite de Novembro, divulgado nesta quinta-feira 16 pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Paralelamente, houve aumento das importações:  no balanço de 2020 (janeiro a novembro), o volume importado de lácteos subiu 15% frente ao mesmo período do ano anterior, somando 151,7 mil toneladas, contra 132,1 mil t em 2019.

Segundo o Boletim do Leite de Novembro do Cepea, o insumo que mais tem influenciado a elevação dos custos leiteiros é o concentrado. Nos 11 primeiros meses de 2020, este insumo registra expressiva valorização de 40,84%, também na “média Brasil”.

Em novembro, pontua a publicação, o Custo Operacional Efetivo da pecuária leiteira subiu 5,39% na “média Brasil”. Somente no mês passado, os preços dos alimentos concentrados aumentaram 8,88%, influenciados pelos avanços nos valores da soja e do milho, matérias-primas para produção do insumo.

Outro insumo que subiu com certa força em 2020 foi a suplementação mineral – em novembro, a elevação foi de 1,4% e no ano, de quase 12%, ambos na “média Brasil”, de acordo com o boletim do Cepea.

Leia, abaixo, as análises do Boletim do Leite de Novembro do Cepea sobre as importações de lácteos e os custos de produção do setor leiteiro:

Com oferta limitada e dólar elevado, importações voltam a crescer

Por Munira Nasrrallah e Juliana Santos

“As importações de derivados lácteos voltaram a reagir em novembro, somando 23 mil toneladas, altas de 3,2% frente ao mês anterior e de expressivos 105% em relação a novembro/19, segundo dados da Secex. Apesar do alto patamar do dólar no mês, de R$ 5,42, a moeda norte-americana ainda esteve 4% inferior à média de outubro, atraindo importadores brasileiros a realizarem novos negócios. Além disso, o cenário doméstico de oferta de leite limitada e de demanda aquecida também influenciou as compras externas em novembro.

Dados da Secex apontam que o volume de leite em pó, que representou 74,1% do total importado no mês, aumentou 3,6% frente a outubro/20 e expressivos 166% em relação a novembro/19, totalizando 17 mil toneladas. Ressalta-se que, em novembro/19, apenas 6,4 mil toneladas do derivado foram importadas. A Argentina e o Uruguai foram fornecedores de 97% do total adquirido pelo Brasil.

Já as exportações caíram 17,4% de outubro para novembro, somando 2,9 mil toneladas de produtos lácteos. Os embarques de leite condensado diminuíram 49% em relação aos do mês anterior, somando 776 toneladas. De outubro para novembro, o Chile reduziu em 64% as compras do derivado brasileiro.

Com isso, a balança comercial registrou déficit de US$ 63,4 milhões em novembro, aumento de 6,3% frente ao de outubro/20 e expressiva alta de 102% em relação ao de novembro/19. Em volume, o déficit cresceu 7,2%, totalizando 20,1 mil toneladas.

No balanço de 2020 (de janeiro a novembro), o volume importado de lácteos subiu 15% frente ao mesmo período do ano anterior, somando 151,7 mil toneladas, contra 132,1 mil t em 2019. As exportações também alavancaram em 2020, registrando elevação de 32% em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 29,8 mil toneladas, contra 22,5 mil toneladas embarcadas em 2019.”

Valorização do concentrado em 2020 supera os 40%

Por Rodolfo Jordão

“O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira subiu 5,39% em novembro na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). Com isso, o avanço nos custos no acumulado de 2020 (até novembro) foi de 21,86%. O insumo que mais tem influenciado a elevação dos custos leiteiros é o concentrado. Nos 11 primeiros meses de 2020, este insumo registra expressiva valorização de 40,84%, também na “média Brasil”.

Em novembro, especificamente, os preços dos alimentos concentrados aumentaram 8,88%, influenciados pelos avanços nos valores da soja e do milho, matérias-primas para produção do insumo.

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) da soja teve média de R$ 164,99 em novembro, sendo este recorde real da série do Cepea e com aumentos de 3,4% sobre outubro/20 e de expressivos 83,6% em relação a novembro/19 (comparação em termos nominais). No caso do milho, o Indicador ESALQ/BM&- FBovespa (Campinas – SP) teve média de R$ 80,31 em novembro, aumento de 10,45% sobre o de outubro.

Outro insumo que subiu com certa força em 2020 foi a suplementação mineral – em novembro, a elevação foi de 1,4% e no ano, de quase 12%, ambos na “média Brasil”. Dentre os estados acompanhados, Goiás e São Paulo se destacam com as altas mais intensas nos preços da suplementação em novembro, de 7,04% e de 4,13%, respectivamente.

Esse cenário, atrelado à queda de 5,34% no preço do leite em novembro (média Brasil), resultou em piora na relação de troca de produtores pelo segundo mês seguido. Em novembro, foram necessários 39,3 litros de leite para a compra de uma saca de milho de 60 kg, contra 33,68 litros de leite em outubro.”

Clique aqui para acessar o Boletim do Leite de Novembro do Cepea.

 

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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