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25 jul 2025
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📉 Inflação nos custos de produção do leite sobe apenas 0,2% em junho, mas permanece pressionada por energia, mão de obra e minerais.
Leite. O principal fator de desaceleração em junho foi a queda contínua dos preços do grupo Concentrado
O principal fator de desaceleração em junho foi a queda contínua dos preços do grupo Concentrado.

O custo de produção do leite, medido pelo ICPLeite/Embrapa, teve um leve aumento de 0,2% em junho de 2025, metade da alta registrada em maio.

A palavra-chave aqui é desaceleração, mas o alívio ainda é relativo. No acumulado do semestre, a inflação dos custos já chega a 3,9%, e no acumulado de 12 meses, 8,8%, segundo o boletim da Embrapa Gado de Leite.

O principal fator de desaceleração em junho foi a queda contínua dos preços do grupo Concentrado, que inclui rações, farelos de soja, trigo, algodão e fubá, com deflação de -2,8% no mês e -6,3% no trimestre. Porém, isso não foi suficiente para compensar a pressão inflacionária de outros grupos.

Entre os vilões de junho estão Energia e combustível, que voltou a subir 4,9%, após três meses de alívio, e Volumosos, com alta de 2,4%. A mão de obra também pesou mais no bolso dos produtores, com um acréscimo de 1,9%, puxado principalmente por aumentos na remuneração de diaristas.

Além disso, os grupos Sanidade e reprodução e Qualidade do leite apresentaram altas de 1,1% e 0,9%, respectivamente.

O que diz o acumulado de 2025?

No primeiro semestre de 2025, os únicos custos que caíram foram os de Concentrado. Todos os demais registraram aumentos. Destaque para:

  • Minerais: +19,4%
  • Energia e combustível: +12,8%
  • Qualidade do leite: +9,2%
  • Mão de obra: +8,2%

 

Ou seja, mesmo com um junho mais “calmo”, os demais meses mantêm a curva de inflação elevada. Os únicos grupos que ajudaram a conter o índice geral foram Sanidade e reprodução (+3,7%) e Volumosos (+1,6%).

E nos últimos 12 meses?

A inflação anual de custos segue firme em 8,8%, ainda que mostre sinais de perda de força. Entre julho de 2024 e junho de 2025, três grupos passaram da marca de dois dígitos:

  • Minerais: +22,0%
  • Energia e combustível: +14,0%
  • Mão de obra: +12,1%

 

Concentrado, Sanidade e reprodução e Qualidade do leite ajudaram a puxar o índice para baixo.

Um 2025 com custos ainda elevados

Segundo a Embrapa, os dados reforçam que a inflação de custos do leite segue disseminada entre os diferentes grupos de insumos. A curva de alta desacelerou, mas os custos se mantêm em um patamar elevado, dificultando a recomposição de margens dos produtores.

Em outras palavras: a trégua é tímida. Os números de junho aliviam o ritmo de aumento, mas não revertem o cenário de aperto nos custos, especialmente considerando a volatilidade dos combustíveis e a rigidez dos gastos com mão de obra e qualidade do leite.

Escrito para eDairyNews, com informações de Cileite

 

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