ESPMEXENGBRAIND
20 maio 2025
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Abraçar a IA e as ferramentas digitais para transformar a P&D na indústria de laticínios está se tornando essencial para acelerar a inovação, desbloquear insights e reformular a forma como novos produtos são processados e desenvolvidos.
IA
IA automatiza tarefas complexas e gera insights, acelerando a P&D e reduzindo prazos e recursos.

A adoção da IA e das ferramentas digitais na transformação da pesquisa e desenvolvimento (P&D) em laticínios está se tornando fundamental para impulsionar a inovação, extrair insights e redesenhar o modo como os novos produtos são concebidos e processados.

A digitalização contínua dos processos industriais está transformando operações em uma ampla gama de setores.

Essa mudança é impulsionada pela busca por maior eficiência, redução de custos e melhoria na precisão. Um dos principais fatores nessa transformação é o rápido avanço da inteligência artificial, que está sendo integrada em várias áreas dos negócios e da pesquisa.

A capacidade da IA de automatizar tarefas complexas e gerar insights a partir de grandes volumes de dados a torna especialmente valiosa para esforços de P&D, nos quais pode reduzir prazos e demandas de recursos.

Setores altamente dependentes de P&D, como os de fármacos e químicos, já começaram a implementar ferramentas digitais para otimizar a descoberta e o desenvolvimento de processos.

À medida que o setor continua a explorar o potencial da digitalização, torna-se cada vez mais importante considerar não apenas os benefícios, mas também os aspectos práticos e técnicos envolvidos.

Compreender essas dimensões é essencial para avaliar como as ferramentas digitais podem ser aproveitadas para promover avanços no desenvolvimento de produtos lácteos — e além.

Aproveitando ao máximo os dados

Enquanto as equipes de P&D buscam reduzir o tempo de lançamento, diminuir os custos de desenvolvimento e ampliar a capacidade de inovação, a digitalização se consolida como um facilitador essencial.

Práticas consolidadas estão sendo reformuladas por tecnologias emergentes como a infraestrutura em nuvem, a modelagem preditiva e a IA generativa.

Na Fonterra, uma abordagem eficaz tem sido integrar serviços de nuvem com ativos de dados estruturados. Para organizações com histórico robusto de pesquisa, essa mudança permite centralizar, limpar e tornar acessível décadas de conhecimento acumulado.

Isso viabiliza a criação de produtos de dados — conjuntos estruturados e reutilizáveis voltados para oferecer insights, apoiar a tomada de decisão e impulsionar modelagens.

Paralelamente, a Fonterra está utilizando IA generativa para facilitar a interação com o conhecimento interno. Em vez de navegar por documentos complexos, os pesquisadores agora podem fazer perguntas em linguagem natural a sistemas de IA ancorados em dados internos.

Isso reduz significativamente o tempo necessário para encontrar informações relevantes e melhora a qualidade das decisões ao longo do ciclo de pesquisa.

Um exemplo prático é o DairyDetective, uma ferramenta desenvolvida pela Fonterra que permite aos cientistas pesquisar e interpretar instantaneamente mais de 17.000 documentos históricos de pesquisa interna. Ferramentas como essa — baseadas no acervo de conhecimento próprio da organização — podem resumir achados e tornar o conhecimento prévio mais aplicável nos fluxos de inovação do dia a dia.

O poder da comunicação

A digitalização oferece benefícios claros nos ambientes de P&D. O mais notável é a eficiência: tarefas rotineiras como buscas por dados e revisões bibliográficas são agilizadas, liberando tempo para experimentação e pensamento criativo.

Conhecimento antes fragmentado ou de difícil acesso torna-se mais fácil de compartilhar e aplicar, ajudando a quebrar silos entre equipes.

Do ponto de vista da P&D, uma das maiores promessas está no rastreamento em estágios iniciais. Inspirando-se na indústria farmacêutica — onde a IA generativa já filtra compostos ineficazes antes dos testes laboratoriais —, pesquisadores de laticínios podem aplicar técnicas semelhantes para avaliar novas formulações ou métodos de processamento.

Ao simular características como processabilidade ou vida útil, ferramentas digitais ajudam as equipes a evitar investimentos em ideias com baixo potencial, melhorando o uso dos recursos de pesquisa e acelerando o ritmo do desenvolvimento.

Além disso, a digitalização pode aprimorar a colaboração entre áreas. Muitos projetos de P&D exigem contribuições de times regulatórios, comerciais e operacionais. Ferramentas que capturam e comunicam insights de forma clara e contextualizada ajudam a manter todos alinhados, mesmo em equipes geograficamente distribuídas.

Especialistas virtuais” — sistemas de IA treinados e validados por especialistas humanos — podem ser implantados para responder perguntas frequentes e guiar usuários em processos internos complexos, democratizando o acesso ao conhecimento e apoiando o aprendizado e o desenvolvimento dos colaboradores.

Desafios na adoção

Apesar do claro potencial da digitalização na P&D, a implementação traz desafios:

  • Qualidade dos dados: a eficácia das ferramentas digitais — especialmente as baseadas em IA — depende fortemente da qualidade dos dados. Em contextos científicos, formatos inconsistentes, registros incompletos ou terminologia desatualizada podem comprometer a confiabilidade das respostas geradas. A preparação de dados para uso com IA frequentemente exige esforço significativo em limpeza, validação e etiquetagem contextual.
  • Confiança nos sistemas de IA: um obstáculo comum é a confiança. Ferramentas de IA generativa, embora poderosas, podem apresentar “alucinações”, produzindo informações plausíveis, mas incorretas. Em setores como o de laticínios, onde a precisão é essencial, esse risco precisa ser cuidadosamente gerido. Ancorar os modelos em dados validados e envolver especialistas no ciclo de feedback é crucial para manter a confiança.
  • Cultura de adoção: a cultura da equipe também influencia a adoção. Novas ferramentas frequentemente enfrentam ceticismo, especialmente quando alteram formas de trabalho estabelecidas. As implementações mais bem-sucedidas geralmente envolvem early adopters — pessoas abertas a novas abordagens e dispostas a oferecer feedback construtivo. Um ambiente rico em feedback favorece a melhoria contínua das ferramentas e a solução precoce de problemas de usabilidade.

 

Integrando-se à pesquisa

A digitalização da P&D não é exclusiva de uma empresa ou região — é uma transformação que ocorre no setor lácteo global e em outras indústrias. A questão já não é mais se devemos digitalizar, mas até que ponto e com que qualidade essas tecnologias são incorporadas nas operações de pesquisa.

Olhando para frente, várias tendências estão moldando o futuro da P&D digital. A chegada de modelos de IA de nova geração — com raciocínio mais sofisticado e compreensão contextual — abre novas possibilidades para análise de literatura, geração de hipóteses e automação de design.

Paralelamente, o conceito de produtos de dados vem ganhando força. No setor lácteo, isso pode significar desde a otimização de formulações para mercados específicos até a simulação de restrições na cadeia de suprimentos durante o desenvolvimento de produtos.

Essas abordagens orientadas por dados permitem que as equipes avancem com mais rapidez e tomem decisões com maior confiança.

A digitalização já não é uma promessa para o futuro — ela está transformando, hoje, a forma como a P&D em laticínios é conduzida.

As ferramentas e abordagens que estão sendo testadas atualmente estão lançando as bases para uma inovação mais colaborativa, informada e ágil em toda a indústria.

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