A produção de leite foi o principal tema dos encontros promovidos pela Cooperativa Dália Alimentos nas regiões Serra Planalto, em União da Serra, e Alto do Vale do Taquari, em Putinga, reunindo mais de 170 associados.
Durante os eventos, foram debatidos a importância da atualização do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), os programas de incentivo à atividade leiteira e a valorização da mulher no cooperativismo.
Segundo a cooperativa, os encontros fazem parte de uma agenda estratégica voltada para fortalecer a base produtiva e administrativa dos associados, promovendo maior adesão às políticas públicas e programas de incentivo que impactam diretamente a rentabilidade e a sustentabilidade da produção.
CAF atualizado: porta de entrada para políticas públicas
O presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, destacou que a atualização do CAF é essencial para que agricultores familiares tenham acesso a programas governamentais e linhas de financiamento específicas.
O CAF substitui a antiga Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e passou a ser exigência para diversas iniciativas oficiais.
“Para a cooperativa, é importante que, ao menos, 75% dos associados estejam com o CAF atualizado, pois isso permite a participação da Dália em iniciativas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, ressaltou Piccinini. Ele lembrou ainda que os produtores que atualizam o CAF recebem uma bonificação.
O procedimento pode ser realizado nos escritórios da Emater/RS-Ascar, nos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e nas Secretarias da Agricultura dos municípios.
Mulheres no cooperativismo: mais protagonismo
Outro ponto apresentado foi o lançamento do Programa Dália Mulheres que Conquistam, voltado à valorização da mulher no ambiente cooperativista. A iniciativa busca ampliar a participação feminina no quadro social e nas atividades da cooperativa, incentivando maior representatividade nas decisões e nas áreas produtivas.
Incentivos à produção de leite
O presidente-executivo da Dália, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, apresentou a política de preços do leite pago aos associados e ressaltou as vantagens da atividade leiteira no Rio Grande do Sul.
“A produção de leite é uma das mais rentáveis no estado, especialmente porque depende mais do esforço do próprio produtor rural e menos da aquisição e transporte de insumos vindos de outras regiões, como ocorre na produção de aves e suínos”, afirmou.
Freitas destacou também que os produtores precisam buscar escala mínima para manter a viabilidade econômica da atividade. Além disso, a cooperativa oferece bonificações para os associados que realizam exames anuais de brucelose e tuberculose, garantindo a sanidade do rebanho e a qualidade do leite entregue.
Programas de incentivo à qualidade
Entre os programas destacados estão os de Leite Saudável da Dália, que oferecem diferentes níveis de bonificação: Básico, Eficiência Leiteira e Vale dos Lácteos. “Através do Programa Mais Leite Saudável, do governo federal, conseguimos investir em assistência técnica aos nossos associados.
Esse programa incentiva toda a cadeia produtiva do leite e fortalece o produtor”, observou Freitas.
Modelos de associação rural
O dirigente também compartilhou experiências de modelos de associação entre famílias rurais, que visam otimizar o uso da mão de obra e aumentar a rentabilidade com menor esforço individual.
“Há oportunidades nas propriedades com mão de obra familiar, por meio de modelos de associação, nas quais famílias vizinhas se unem para trabalhar em conjunto”, acrescentou.
Um caminho para o fortalecimento do setor
Os encontros realizados pela Dália reforçam a importância da organização dos produtores, da qualidade da produção de leite e da inclusão social no cooperativismo.
A cooperativa reafirma que iniciativas como essas são fundamentais para manter a competitividade do setor lácteo gaúcho, diante de um mercado cada vez mais exigente e de margens apertadas.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Grupo A Hora