A Danone anunciou que vai reduzir o teor de açúcar no tradicional Danoninho, em resposta à crescente pressão por alimentos mais saudáveis, especialmente no segmento infantil.
A mudança faz parte de uma meta global da empresa de restringir o açúcar adicionado a no máximo 10% da composição calórica de todos os produtos voltados ao público infantil até 2030.
A decisão está alinhada com os compromissos de saúde e sustentabilidade anunciados pela companhia, que tem ampliado sua estratégia de reformulação de produtos em várias frentes.
A reformulação de ícones como o Danoninho — presente nas prateleiras brasileiras desde a década de 1980 — reflete a adaptação da indústria láctea a um consumidor mais atento à composição nutricional dos alimentos.
Segundo a Danone, além da linha infantil, a companhia também irá aplicar limites de açúcar para produtos direcionados ao público adulto, com um teto de 20% de açúcar adicionado sobre o total calórico até o mesmo prazo.
A meta, divulgada neste mês, está alinhada a padrões internacionais recomendados por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, os produtos infantis da Danone já estão mais próximos das metas estabelecidas, o que deve facilitar o cumprimento do novo padrão. Ainda assim, a companhia reconhece que ajustes importantes ainda precisam ser feitos, principalmente nos produtos de maior popularidade, como o Danoninho.
A diretora global de Nutrição da Danone, Anne-Laure Desclèves, destacou que a empresa tem atuado de forma “transparente e responsável”, com foco em oferecer produtos mais equilibrados para todas as faixas etárias.
“Reduzir o açúcar sem comprometer o sabor ou a experiência do consumidor é um desafio técnico importante, mas necessário”, afirmou em nota oficial.
Nos últimos anos, a discussão sobre o consumo excessivo de açúcar por crianças ganhou destaque na mídia, nas pesquisas científicas e entre formuladores de políticas públicas.
Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) indicam que o consumo elevado de açúcares adicionados está associado a maior risco de obesidade infantil, diabetes tipo 2 e outras doenças metabólicas.
O Brasil, em particular, já adota um novo modelo de rotulagem nutricional desde 2022, que exige a presença de advertência frontal em produtos com alto teor de açúcar, sódio e gorduras saturadas.
A medida pressiona as empresas a reverem suas formulações para manter competitividade e reputação diante de um consumidor cada vez mais consciente.
Para o setor lácteo, a redução de açúcar representa não apenas um movimento de adaptação, mas também uma oportunidade estratégica de reposicionamento no mercado de alimentos saudáveis.
O desafio está em equilibrar sabor, textura e preservação das características sensoriais dos produtos — especialmente em marcas como Danoninho, cuja memória afetiva pesa na escolha do consumidor.
A reformulação do portfólio da Danone faz parte de um plano global chamado “Nutrition Targets”, que estabelece critérios claros para cada categoria de produto e reforça o compromisso da empresa com a promoção de dietas saudáveis e acessíveis.
Além da redução de açúcar, a empresa também vem trabalhando na inclusão de ingredientes funcionais e na reformulação de linhas com maior valor nutricional.
A tendência deve ganhar ainda mais força à medida que regulações mais rígidas e padrões internacionais passem a ditar novas regras para a indústria alimentícia.
O novo Danoninho com menor teor de açúcar ainda não tem data oficial de lançamento, mas a expectativa é que as mudanças cheguem gradualmente às gôndolas brasileiras nos próximos meses.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Reset