Chamado de “Beef on Dairy” em vários países, os animais oriundos de vacas leiteiras, popularmente chamados de gabiru ou tucura no Brasil, podem produzir uma carne de altíssima qualidade
Esse modelo de produção de carne já é amplamente utilizado em países como Estados Unidos e México.
Esse modelo de produção de carne já é amplamente utilizado em países como Estados Unidos e México.

A busca da indústria de carne bovina por animais de alta qualidade para eficiência alimentar e carcaça abriu portas para a utilização de touros de corte como uma poderosa ferramenta para aumentar a receita de propriedades de leite e reduzir o índice de mortalidade de suas vacas em decorrência da dificuldade de parto.

A CooperAliança, uma cooperativa paranaense reconhecida pela produção de carnes nobres, tem a inovação e o pioneirismo como pilares de sua trajetória. Agora, a novidade é o projeto “Beef on Dairy” para o mercado de carnes premium no Brasil. Essa iniciativa inovadora é realizada em parceria com as cooperativas de leite do Paraná, Frísia e Capal.

 

 

Todo o desenvolvimento do projeto, desde a seleção dos animais até o resultado final no abate, foi rigorosamente acompanhado pela Associação Brasileira de Angus, responsável pela certificação desses animais. Os critérios e exigências para a obtenção do selo de carne Angus certificado seguirão o mesmo padrão de excelência já consagrado.

O lançamento oficial do projeto no Brasil ocorreu durante a Expointer 2024. “O projeto ‘Beef on Dairy’ resulta em uma carne de altíssima qualidade, no nosso caso, proveniente do cruzamento de animais da raça Angus com raças leiteiras.

Esse modelo de produção de carne já é amplamente utilizado em países como Estados Unidos e México. No Brasil, porém, ainda é uma novidade, o que torna essa iniciativa inovadora tanto para a pecuária de corte quanto para a de leite”, explica o gerente de Fomento da CooperAliança, Robson Ueno.

Gabiru pode produzir uma carne de altissima qualidade - angus
Foto: Divulgação

No Paraná, as cadeias produtivas de gado de corte e leite estão bem desenvolvidas, graças ao trabalho que vem sendo realizado pelas cooperativas, o que possibilitou essa inovação no Brasil. Em 2021, a CooperAliança buscou a parceria com outras cooperativas do setor leiteiro para a produção do “Beef on Dairy”.

“É uma união de esforços. A pecuária de corte especializada, que enfrenta alta demanda e precisa aumentar a produção de carne premium, e a pecuária leiteira, que passa por um momento desafiador e precisa diversificar sua produção para gerar novas fontes de renda”, comenta o gerente de Fomento da CooperAliança.

femeas produtos de vacas leiteiras com semen de touro angus
Cruzamento vaca leiteira com Angus

A iniciativa começou com experimentos realizados em 2021, envolvendo a inseminação de vacas leiteiras com sêmen de Angus. Após o nascimento dos animais, eles foram criados em sistemas de intensivos de produção.

Em 2024, foram realizados os primeiros abates pela CooperAliança, e o resultado comprovou a qualidade superior da carne, que atende ou até supera o já elevado padrão de carnes nobres oferecido pela cooperativa.

Para a produção de carne, tanto em clima temperado como em clima quente ou tropical, existem raças de desempenho produtivo satisfatório, como Angus, Hereford, Brahman, Nelore e outros, que tendem a apresentar boa eficiência biológica e elevadas taxas de crescimento.

Por outro lado, raças direcionadas para a produção de leite ou ainda raças de gado locais e animais SRD (Sem Raça Definida) geralmente possuem características únicas, como resistência a doenças, robustez e compatibilidade com os recursos alimentares locais, mas apresentam taxas de crescimento e produtividade geral inferiores em comparação com raças especializadas.

 

Gabiru pode produzir uma carne de altissima qualidade - angus cooperalianca
Foto: Divulgação

Ueno explica alguns dos critérios do projeto “Beef on Dairy” para obter carnes nobres. “O sucesso da produção é determinado já na escolha da genética para o cruzamento. O reprodutor utilizado precisa corrigir a conformação da carcaça do animal leiteiro, das fêmeas das raças Holandesa e Jersey. 

O acasalamento correto visa melhorar a eficiência na produção, o formato e rendimento dos cortes cárneos, e ainda manter o alto nível de marmoreio, já presente nas genéticas leiteiras”, esclarece.

 

https://whatsapp.com/channel/0029VaPv8js11ulUrj2kIX3I

Outras exigências incluem manejo e nutrição adequados. “No início da vida, o animal deve receber colostro, sendo amamentado corretamente e introduzido à alimentação concentrada antes da desmama, que ocorre até os 60 dias. A partir de então, o animal começa a consumir alimentos volumosos.

Ao longo de sua vida, passará por três fases de criação, com três dietas diferentes para garantir uma nutrição adequada em cada etapa. Sempre em um sistema intensivo de confinamento. Com cerca de 14 a 16 meses, estarão prontos para o abate, pesando mais de 500 quilos”, detalha Ueno.

O “Beef on Dairy” é uma abordagem inovadora que combina eficiência e qualidade, oferecendo uma solução atraente tanto para produtores de leite quanto para aqueles focados na produção de carne.

A produção do “Beef on Dairy” já está em andamento pela CooperAliança em parceria com as cooperativas de leite Frísia e Capal, e a sua carne com excelente marmoreio, textura e sabor já direcionada para o mercado consumidor.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER